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Barroso: Bolsonaro tem 'dever cívico' de provar que houve fraude em 2018

Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso - Carlos Moura/SCO/STF
Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Do UOL, em São Paulo

17/06/2021 11h50Atualizada em 17/06/2021 12h36

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, voltou a declarar que o voto impresso irá criar um risco que não existe ao sistema eleitoral brasileiro. De acordo com Barroso, nunca houve fraude eleitoral em urnas eletrônicas, ainda que a tese seja defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Para o ministro, diante das acusações sobre supostas fraudes eleitorais em 2018 ditas por Bolsonaro, é "dever cívico" de Bolsonaro apresentar provas.

Nunca houve fraude documentada. Jamais. Apenas o pedido de auditoria solicitado pelo então candidato Aécio Neves e que não se apurou impropriedade porque não há. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver provas [sobre fraude] tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal e estou com as portas abertas. O resto é retórica política, são palavras que o vento leva
Luís Roberto Barroso

As declarações do ministro, feitas à CNN na manhã de hoje, também apontam que a implementação do voto imprenso é um caminho menos seguro do que o que já existe.

Além disso, o ministro disse que o custo estimado do voto impresso é de R$ 2 bilhões para os cofres públicos. A modalidade demanda equipamentos próprios e impressoras para cerca de 500 mil urnas. Diante disso, Barroso alegou que para acreditar no voto impresso é preciso também da urna eletrônica, portanto há um "paradoxo" de quem defende essa tecnologia.

Nós não vamos eliminar o discurso derrotados. Na democracia, o choro é livre, mas com voto impresso nos EUA, e Trump alegou fraude, tem voto impresso no Peru, e Keiko Fujimori disse que houve fraude. Portanto, vamos gastar esse dinheiro, aumentar os riscos e não vamos eliminar esse discurso de fraudes
Luís Roberto Barroso

A vulnerabilidade de sigilo do voto existe, segundo o ministro, que também citou a necessidade de reforçar a segurança para que o transporte desses votos impressos seja garantido.

Barroso chegou a citar que pode haver desvio da carga por milícias ou o sumiço de cédulas durante a contagem — processos que não ocorrem hoje, devido à segurança das urnas eletrônicas.

O UOL entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Presidência Da República para saber se o presidente gostaria de se manifestar sobre as declarações do ministro. Até o momento da publicação dessa matéria, a secretaria não deu retorno.