Caso Henry: Relator no Conselho de Ética vota por cassação de Dr. Jairinho
O vereador Luiz Carlos Ramos Filho (PMN-RJ), relator da representação contra Dr. Jairinho (sem partido-RJ), pediu a cassação do colega por conta dos indícios de que o vereador foi o responsável pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos, filho de sua companheira Monique Medeiros.
Jairinho está preso desde 8 de abril, quando foi apontado pela Polícia Civil como o principal suspeito da morte de Henry. O menino morreu um mês antes, na madrugada do dia 8 de março. Segundo as investigações, a morte decorreu das agressões de Jairinho contra ele. Monique também foi presa.
Segundo Luiz Carlos Ramos Filho, os inquéritos policiais trazem fortes elementos de outros crimes além do homicídio de Henry, como casos de tortura contra outras crianças, tentativa de tráfico de influência e diversas lesões corporais. Para o relator, há "robustas evidências de envolvimento do representado [Dr. Jairinho] no crime que vitimou o menor [Henry]".
Ramos entregou o parecer aos demais membros em reunião iniciada às 10h30 de hoje (18) —o encontro ainda não acabou. Após o parecer favorável à cassação ser publicado no Diário Oficial, Dr. Jairinho terá cinco dias úteis para se defender. Depois disso, o Conselho de Ética votará o parecer contra o vereador. Caso a representação seja aprovada, ela irá então ao Plenário, que decidirá se Jairinho perde ou não o mandato.
Após a anáilise do inquérito, Ramos afirma que ficou descartada a versão de Dr. Jairinho sobre a morte de Henry, de que o menino teria sofrido um acidente doméstico.
"Concluiu o laudo pericial complementar de necropsia que foram descartadas as hipóteses de acidente doméstico ou morte por lesões causadas durante ressuscitação", diz o relator. "A perícia indicou, ainda, que as várias lesões encontradas no corpo de Henry não poderiam ter sido causadas em um único trauma ou acidente, como sustentam o representado e sua companheira"
O relatório ainda destaca as tentativas de Jairinho obstruir as investigações, tentando fazer com que o corpo de Henry fosse liberado pelo Hospital Barra D'Or sem ser enviado ao IML (Instituto Médico-Legal) e sua abordagem ao governador Claudio Castro, o que o relator viu como uso do cargo de vereador em benefício pessoal.
"Não se pode negar que estes acontecimentos relatados à autoridade policial pelo senhor Pablo denotam a intenção do representado de evitar a atuação do Instituto Médico-Legal no esclarecimento dos motivos que levaram à morte da criança", diz o relator. "Claramente [Dr. Jairinho] utilizou-se de seu prestígio e posição política para tentar obter vantagem indevida ao tentar interceder junto ao conselheiro do instituto D'Or".
Ele ainda cita a abordagem ao governador Claudio Castro em busca de favorecimento no dia da morte de Henry.
"A assessoria do governador disse em nota que ele se limitou a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia de polícia. Demonstrando tentativa de tráfico de influência praticada pelo vereador Dr. Jairinho", diz o relatório.
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