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'Entre a vida e a morte nosso presidente optou pela morte', diz Mandetta

Do UOL, em São Paulo

18/06/2021 08h49Atualizada em 18/06/2021 10h07

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) avaliou, em entrevista ao UOL News, que o efeito da pandemia do novo coronavírus nas eleições presidenciais será "enorme" e que, entre a vida e a morte, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "optou pela morte".

"Cada país tem seu rosto expressado em seu líder. Tivemos uma situação em que nós fomos defrontados contra um inimigo que ameaçava a vida. Entre a vida e a morte nosso presidente optou pela morte", disse.

Essa marca de meio milhão de mortos, quando você tem aberto para nação inteira diariamente que as ações foram todas no intuito de ir num caminho em teorias absolutamente absurdas de contágio de todo mundo, para ver se todo mundo pegasse a doença, construção de imunidade de rebanho através de contaminação, não uso de máscaras. Quando você vê que não se adquiriu vacinas, apesar dos inúmeros pedidos, e da ausência do Ministério da Saúde em ir atrás... Enfim, esse capítulo você teve um problema grande, você só precisa de líder quando você se depara com uma situação em que você precisa da liderança forte, firme, em nome da nação (...) E no momento onde você teve um problema como esse, nós tivemos uma liderança falha, caótica Luiz Henrique Mandetta

Ao todo, o país já tem 496.172 óbitos desde o início da pandemia, segundo dados obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.

Conforme mostrado pela colunista do UOL Juliana Dal Piva, uma das principais linhas de investigação da CPI da Covid é como o governo Bolsonaro apostou na teoria de que a livre circulação do novo coronavírus iria gerar uma imunidade natural de rebanho pela ampla contaminação das pessoas.

No dia 19 de outubro, Bolsonaro discursou em um evento sobre a situação da covid-19 e reclamou do preço das vacinas, além de dizer que quem já tinha contraído a doença não precisaria se vacinar.

O presidente também mentiu, em sua live de ontem (17), ao afirmar que o uso de máscaras reduz a oxigenação. As máscaras não impedem que a troca de gases da respiração ocorra normalmente, e o uso delas é uma das principais medidas de prevenção da disseminação do coronavírus.