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Kennedy Alencar: Política ambiental não mudará com saída de Salles

Ricardo Salles é investigado pela Polícia Federal - José Cruz/Agência Brasil
Ricardo Salles é investigado pela Polícia Federal Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

23/06/2021 18h17

O colunista do UOL Kennedy Alencar avaliou que a política aplicada no Ministério do Meio Ambiente não deve mudar após a saída de Ricardo Salles do comando do Ministério durante a edição de hoje do UOL News.

"A política não deve mudar, até porque a política é do presidente Jair Bolsonaro, que é amigo de grileiros, amigo do garimpo ilegal. A gente não deve ter esperança na melhora da política. Mas era insustentável a permanência no cargo", disse. Joaquim Álvaro Pereira Leite, que ocupava a Secretaria da Amazônia, é o novo titular da pasta.

O analista disse que a situação do ex-ministro era incontornável. "A situação era insustentável. A Polícia Federal tem elemensos robustos sobre a participação em crimes, ele entregou o celular e se recusou a dar as senhas porque não quer que as mensagens sejam lidas. E num dia que o governo está lidando com um outro desgaste, que é a questão da suspeita da corrupção no caso da suspeita de vacinas, esse caso do salles ajuda a dividir o noticiário. Passa a ser uma notícia importantíssima".

"Ele é um ministro que implantou uma política de destruição da Amazônia, está sendo substituído, ao menos temporariamente, porque o centrão está de olho nesse cargo, há uma pressão para ocupar a pasta com um perfil parecido com o da Tereza Cristina na agricultura, ou seja, mais pragmático, para lidar com a imagem do agronegócio no exterior. O Brasil está com sua imagem na área ambiental completamente destruída, e o Ricardo Salles vai ser substituído pelo Secretário da Amazônia, responsável por toda destruição que estamos vendo, alguém ligado aos ruralistas", concluiu.

Decisão sobre Lula

Sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou a parcialidade do ex-juiz federal Sergio Moro ao julgar o petista no processo do triplex do Guarujá (SP), o comentarista diz que "erro histórico" foi corrigido.

"Supremo corrige grande erro histórico. Lula ficou 580 dias preso. Cobra-se muito autocritica do PT e do Lula, eu acho que tem que se cobrar sim, muitos erros foram cometidos, mas é importante também em um momento como esse de que os magistrados, procuradores, sobretudo os da Lava Jato, que fizeram um conluio com o Moro para corromper a Lei Processual Penal, jornalistas, e políticos, que fecharam os olhos para os abusos, façam também uma autocrítica".

Por 7 votos a 4, o Supremo confirmou a decisão de abril da Segunda Turma, que decretou a suspeição de Moro. Com isso, todas as decisões tomadas pelo ex-juiz Sergio Moro no caso serão anuladas. O processo será retomado do início na Justiça Federal de Brasília, para a qual foi transferido em abril.