Denúncia de corrupção na Saúde é 'escândalo cruel', diz Randolfe
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou hoje que a denúncia de suposto esquema de corrupção no Ministério da Saúde para a compra de vacinas contra a covid-19 é o "escândalo mais cruel" que se tem conhecimento no país.
Corrupção sempre é um crime trágico, imagina falar de corrupção quando brasileiros estão morrendo no meio da pandemia. Não é o primeiro nem último, mas é o mais cruel escândalo de corrupção do Estado brasileiro.
Randolfe Rodrigues, em entrevista ao canal GloboNews
Reportagem publicada ontem pelo jornal "Folha de S.Paulo" traz o depoimento de um representante de uma revendedora de vacinas que afirma ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose para fechar contrato com o Ministério da Saúde.
Segundo o jornal, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar em 25 de fevereiro. Dias foi exonerado do cargo após a publicação da reportagem.
"Enquanto chegávamos a 250 mil, a meio milhão de mortos, tinha gente ganhando dinheiro", declarou Randolfe.
'Modus Operandi'
O senador afirmou que a CPI talvez tenha identificado um possível "modus operandi" da corrupção no Ministério da Saúde. Segundo ele, esse tipo de negociação com a participação de representantes e intermediários acontece também com outros insumos adquiridos pela pasta, como preservativos.
Além disso, Randolfe disse que a nomeação de militares para o ministério, principalmente na gestão do general Eduardo Pazuello, fez com que novos participantes se juntassem a antigos integrantes do "centrão" que já atuavam na pasta.
"É uma coalizão de antigos negociantes com novos que chegaram agora, que talvez não sejam tão novos, mas que, talvez, estivessem afastados durante algum tempo dos negócios e são reestabelecidos aqui com o velho 'centrão' político", afirmou.
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