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Miranda apaga post sobre reportagem, e Barros rebate: 'Por que excluiu?'

25.jun.2021 - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), durante depoimento à CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
25.jun.2021 - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), durante depoimento à CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/06/2021 09h53Atualizada em 30/06/2021 10h54

O deputado Luis Miranda (DEM-SP) respondeu pelo Twitter a denúncia de que teria recebido oferta de propina nas negociações da vacina Covaxin. Logo em seguida, entretanto, o parlamentar excluiu o post.

A informação foi divulgada ontem pela Revista Crusoé. Segundo o veículo, o lobista Silvio Assis, figura conhecida pela classe política em Brasília, teria oferecido propina para que Miranda, que denunciou as supostas irregularidades na compra do imunizante, não atrapalhasse o negócio.

"A Revista Crusoé é responsável pelas suas matérias e certamente arcará com o que escreve. Não quero ser usado para criar narrativas e volto a afirmar que todas as minhas conversas com Ricardo Barros foram republicanas e não vou me pronunciar sobre fatos que não posso provar", publicou a parlamentar.

Miranda excluiu depois a postagem. Mas Ricardo Barros publicou um print do post, comentando: "Publicou, me marcou e apagou. Por que excluiu?".

O lobista Assis teria convidado Luís Miranda para uma reunião no dia 31 de março — 11 dias após o parlamentar se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para denunciar a pressão sofrida pelo seu irmão, Luís Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, para agilizar a liberação das vacinas.

Segundo a Crusoé, Miranda poderia ganhar 1,2 milhão de dólares (R$ 6 milhões), caso a venda das 20 milhões de dose da Covaxin fosse concretizada. A revista diz que teve acesso às conversas do parlamentar com interlocutores, onde relatou ter dado uma resposta negativa a Assis — ele teria, inclusive, ameaçado o lobista com voz de prisão.

Em nota, a Precisa Medicamentos, representante da Bharat Biotech no Brasil, disse que "não atua com intermediários, como busca induzir a publicação da revisa Crusoé", a qual a farmacêutica afirmou que não possui "a mínima fundamentação".

"Todo o processo de aprovação de importação da Covaxin para o Brasil foi realizado exclusivamente entre a empresa e o Ministério da Saúde, de forma transparente e junto aos departamentos responsáveis do órgão federal", concluiu.