Josias: Eduardo Leite transforma declaração em ato político necessário
Ao dizer publicamente pela primeira vez que é homossexual, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), transformou sua declaração em um ato político necessário diante do cenário brasileiro, avalia o colunista Josias de Souza em participação no UOL News.
Em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, Eduardo Leite disse que nunca negou sua orientação sexual, mas que evitou 'criar um personagem' na política em cima do assunto.
Para Josias de Souza, a declaração de Eduardo Leite ganha peso diante do cenário atual do Brasil, governado por Jair Bolsonaro (sem partido).
"Depois que o Bolsonaro introduziu na conjuntura brasileira da macheza ostentação, declarar-se gay ou exaltar a própria orientação sexual tornou-se uma desnecessidade absolutamente necessária. O governador do RS, Eduardo Leite, transforma sua declaração em ato político e necessário nesse momento que vivemos", disse.
No comentário, Josias explicou o termo "macheza ostentação" e lembrou de insinuações do presidente e de seus aliados em relação a Eduardo Leite
"O Bolsonaro já fez insinuação em relação a ele, [o Eduardo Leite] é atacado constantemente nas redes sociais pelo bolsonarismo, Roberto Jefferson também fez declarações homofóbicas. [A declaração] é absolutamente necessária neste ambiente que estamos vivendo", disse.
"Veja o tipo de declaração em relação à pandemia. Ele [Bolsonaro] diz que deve enfrentar o vírus como homem, não como maricas, que o Brasil precisa deixar de ser país de maricas. A isso que me refiro quando digo que o presidente inaugurou o modelo macheza ostentação", completou.
Josias de Souza ainda acredita que a declaração de Eduardo Leite pode ajudar no debate para as próximas eleições presidenciais.
"Neste ambiente, acho que foi um gesto de muita coragem que seria desnecessário, mas nesse momento a desnecessidade se tornou absolutamente necessária. É muito louvável. Seria interessante que esse tema entrasse na pauta da próxima sucessão presidencial. Num país como o nosso em que gays ainda são atacados na rua e até assassinados, seria muito bom que esse tema viesse à tona", disse.
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