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Cúpula da CPI da Covid busca acordo com Pacheco para trabalhar no recesso

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); o presidente, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL) - Edilson Rodrigues/Agência Senado
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); o presidente, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL) Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

07/07/2021 16h13Atualizada em 07/07/2021 16h13

A cúpula da CPI da Covid busca um acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para que a comissão possa trabalhar durante o recesso parlamentar previsto para o final de julho.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator Renan Calheiros (MDB-AL), são contrários à paralisação das atividades que apuram eventuais omissões e irregularidades do governo federal no enfrentamento à pandemia, bem como o uso indevido de recursos federais repassados a estados e municípios.

O recesso está programado para o período de 18 a 31 de julho. No entanto, só pode acontecer se o Congresso Nacional aprovar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Pacheco afirmou que, se a LDO for aprovada, a CPI terá de parar seus trabalhos por "imposição constitucional".

Caso a LDO não seja votada a tempo, poderá haver o chamado recesso branco. Ou seja, uma folga informal aos senadores com a possibilidade de a CPI continuar funcionando normalmente.

Randolfe já declarou que a decisão da CPI é de seguir trabalhando. Renan hoje disse que a comissão "não pode parar, não pode se submeter a recesso branco ou formal, o que seja".

"Nós temos que continuar investigando. A cada dia, nós nos deparamos com um mar de lama, com o envolvimento monumental de corrupção, de roubalheira, de fake news, enquanto as pessoas continuam a morrer no Brasil", acrescentou.

A dúvida é se, num recesso oficial, a CPI realmente poderia ao menos prosseguir com a análise de documentos, sem depoimentos.

A expectativa é que Omar e o presidente do Senado conversem sobre o tema nos próximos dias para chegar a um consenso.

A comissão tem acumulado um volume cada vez maior de documentos, informações e quebras de sigilos que precisam ser analisados, inclusive para planejar próximos depoimentos e linhas de ação.

Em princípio, a CPI vai até 7 de agosto. Eventual prorrogação de mais 90 dias está nas mãos de Pacheco, que disse que a análise será feita ao final do prazo inicial.

Quanto à realização do recesso parlamentar, Pacheco afirmou não haver motivação para favorecer ou prejudicar a CPI, e ser preciso esperar o desenrolar da tramitação da LDO.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.