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Lira: 'Instituições não se abalarão com declarações públicas e oportunismo'

Presidente da Câmara, Arthur Lira disse que instituições não se abalam com declarações públicas e oportunismo, mas não fez referências diretas - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara, Arthur Lira disse que instituições não se abalam com declarações públicas e oportunismo, mas não fez referências diretas Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

10/07/2021 10h58Atualizada em 10/07/2021 13h05

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escreveu uma mensagem no Twitter dizendo que as instituições são "fortalezas que não se abalarão com declarações públicas e oportunismo'.

Lira não fez referências diretas e nem explicou o que considera oportunismo, mas a manifestação ocorre um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltar a ameaçar a realização de Eleições em 2022, o que gerou forte reação de entidades como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o Senado Federal. Mais cedo, presidentes de oito partidos emitiram uma nota em conjunto pela "defesa dos valores democráticos".

"Nossas instituições são fortalezas que não se abalarão com declarações públicas e oportunismo. Enfrentamos o pior desafio da história com milhares de mortes, milhões de desempregados e muito trabalho a ser feito", escreveu Lira.

Lira, que teve o apoio de Bolsonaro para presidir a Câmara e é o responsável por analisar os mais de 100 pedidos de impeachment contra o presidente na Casa, ainda disse que "em uma hora tão dura", o Brasil sempre será maior do que qualquer disputa política". Ele pediu "responsabilidade e serenidade" aos membros dos poderes republicanos, mais uma vez sem ser específico.

Lira também indicou que a "Câmara não se deixará levar por uma disputa que aprofunda ainda mais a nossa crise" e "será sempre a voz de um povo livre e democrata".

Neste contexto, ele se contrapõe a Bolsonaro ao dizer para o eleitor deixar "o seu veredito em outubro de 2022 quando encontrará com a urna; essa sim, a grande e única juíza de qualquer disputa política".

Porém, Lira não se manifestou especificamente sobre sua posição em relação ao projeto que tramita na Câmara sobre o voto impresso, que tem causado as declarações de Bolsonaro.

Sem provas ou indícios, o presidente diz que o atual sistema eletrônico é passível de fraudes e que é preciso implementar o voto impresso. A insinuação infundada é a de que poderia haver fraude nas atuais urnas para derrotá-lo no ano que vem.

Ontem, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Pacheco afirmou que o Congresso "não admitirá qualquer atentado" à sua independência. Disse também repudiar especulações sobre fraude nas urnas eletrônicas e sobre a possibilidade de não haver eleições em 2022, algo que Bolsonaro vem repetindo sem apresentar provas.

Partidos reagem a Bolsonaro

Presidentes de oito partidos emitiram uma nota em conjunto pela "defesa dos valores democráticos", apontando que nenhuma ameaça à democracia será tolerada.

A Democracia é uma das mais importantes conquistas do povo brasileiro, uma conquista inegociável. Nenhuma forma de ameaça à Democracia pode ou deve ser tolerada. E não será
Nota dos presidentes de DEM, MDB, PSDB, Novo, PV, PSL, Solidariedade e Cidadania

No comunicado, os presidentes dos partidos disseram que, nas últimas três décadas, assistiram a muitos embates políticos, e houve a "sempre salutar alternância de Poder". "Soubemos conviver com as diferenças e exercer com civilidade e responsabilidade o sagrado direito do voto."

Eles apontaram ter "total confiança no sistema eleitoral brasileiro, que é moderno, célere, seguro e auditável".

"São as eleições que garantem a cada cidadão brasileiro o direito de escolher livremente seus representantes e gestores", disseram. "Sempre vamos defender de forma intransigente esse direito, materializado no voto."

Em conjunto, eles dizem que, "quem se colocar contra esse direito de livre escolha do cidadão terá a nossa mais firme oposição".

A nota é assinada por:

  • ACM Neto (Democratas)
  • Baleia Rossi (MDB)
  • Bruno Araújo (PSDB)
  • Eduardo Ribeiro (Novo)
  • José Luís Penna (PV)
  • Luciano bivar (PSL)
  • Paulinho da Força (Solidariedade)
  • Roberto Freire (Cidadania)