Bolsonaro indica Aras para novo mandato como procurador da República
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje que propôs a recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, ao cargo. O Senado Federal ainda precisa aprovar a indicação.
Com o movimento, o presidente ignora a lista apresentada por representantes do MPF (Ministério Público Federal). Os indicados eram os subprocuradores Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino.
Aras será sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e, se aprovado, a recondução ainda deverá ser votada pelo plenário. Seu atual mandato se encerra em setembro.
Em nota, Aras disse estar "honrado" com a indicação: "Reafirmo meu compromisso de bem e fielmente cumprir a Constituição e as Leis do País".
Bolsonaro ignora lista do MPF pela 2ª vez
Esta é a segunda vez que o presidente da República não respeita a indicação do MPF. Ao escolher Aras, em setembro de 2019, Bolsonaro rompeu com uma tradição iniciada em 2003 de escolher integrantes da lista tríplice.
Críticos do governo veem a nomeação de quadros de fora da lista como tentativa de controlar o Ministério Público, responsável por investigar eventuais irregularidades do Executivo.
Em encontro no dia 1º de julho, o presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Ubiratan Cazetta, tentou convencer Bolsonaro a indicar um dos nomes da lista tríplice para o comando da PGR. O chefe do Executivo, no entanto, não se mostrou sensível aos argumentos.
Na época, Cazetta declarou ao Broadcast Político, do Estadão, que o cargo de PGR é de fiscalização, não para agradar. "Reafirmamos nossa posição em defesa da escolha de um nome da lista por questão de transparência e democracia. Também lembramos que ele votou a favor da lista tríplice quando era parlamentar."
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