Bolsonaro mente sobre 2014 para questionar democracia, diz ex-vice de Aécio
O candidato a vice de Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014, Aloysio Nunes, disse hoje que não houve fraude na eleição daquele ano e que as alegações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesse sentido são uma mentira para questionar a democracia.
"Depois da eleição, o que fez o PSDB, se dirigiu ao Tribunal Eleitoral, sem contestar, pedindo a autorização para fazer uma auditoria, se havia ou não problemas que pudessem abalar a credibilidade", contou ele em entrevista à CNN. "Chegamos a algumas conclusões para melhorar o sistema e apresentamos ao Tribunal Eleitoral, mas não tivemos nenhum indício de fraude. Isso é uma mentira do Bolsonaro".
"Nunca quisemos refazer o passado. Isso é mentira dele, com o objetivo de desqualificar os mecanismos da democracia", continuou.
Para ele, essas afirmações fazem parte de um método. "Isso é um método político para desacreditar o sistema eleitoral para vir a contestar o resultado das eleições quando perder. Ele está preparando o ambiente para criar um tumulto, uma bagunça quando perder", declarou. "É um método de desqualificação do sistema para vir a contestar uma eleição que, na minha opinião, tem tudo para lhe ser desfavorável".
Nunes, que também foi senador e ministro das Relações Exteriores, considera que as tentativas de lançar dúvida sobre a urna também são para incitar os apoiadores do presidente. "Todas essas declarações alucinadas são feitas para manter a chama acesa, esse pessoal mobilizado", falou.
Aécio também já se manifestou nesse mesmo sentido. "Eu não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014. Tampouco acredito que nós estejamos fadados a viver eternamente com as urnas eletrônicas de primeira geração", afirmou ele em nota no começo deste mês.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai comprovar, na semana que vem, a existência de fraude nas eleições presidenciais de 2014, que, segundo ele, resultariam na vitória de Aécio contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Depois do pleito de 2014, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aceitou um pedido do partido para auditar as urnas eletrônicas. O Tribunal concedeu acesso a dados, arquivos e parte dos programas usados nos equipamentos naquela eleição para uma auditoria externa; no entanto, negou a solicitação para formar uma comissão especial para a análise. O presidente do TSE à época, Dias Toffoli, justificou que o PSDB não apresentou nenhum indício de fraude.
O resultado da investigação do partido, que custou perto de R$ 1 milhão, foi divulgado no ano seguinte. O relatório concluiu que não foi possível identificar fraudes na votação.
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