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Doria descarta cristianização e chama Bolsonaro de 'psicopata': 'Anormal'

João Doria chamou Jair Bolsonaro de "psicopata" - Divulgação/Flickr Governo do estado de SP
João Doria chamou Jair Bolsonaro de "psicopata" Imagem: Divulgação/Flickr Governo do estado de SP

Colaboração para o UOL

23/07/2021 11h04Atualizada em 23/07/2021 12h29

Um dos quatro nomes dentro do PSDB que disputa as prévias para concorrer as eleições em 2022, o governador de São Paulo, João Doria, acredita que o segundo turno do pleito para presidente deverá ser disputado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula (PT) e um outro político que não o atual chefe do Executivo Federal Jair Bolsonaro (sem partido).

Em entrevista ao Valor Econômico, Doria descartou a "cristianização" para recuperar popularidade e se posicionar como um bom nome ao Planalto, chamou Bolsonaro de "psicopata", disse que ele não é um presidente "normal" e se mostrou incrédulo quanto a ida do mandatário para o segundo turno.

"A meu ver, a cada dia que passa o presidente Bolsonaro perde um degrau na escada que poderia conduzi-lo ao segundo turno. O ex-presidente Lula mantém-se equilibrado e numa linha de estabilidade que poderá levá-lo ao segundo turno com outro candidato que não Bolsonaro, e esse outro candidato poderá ser exatamente um candidato da 'melhor via', que seja capaz de dialogar com consistência com outros partidos e trabalhar para um projeto pelo Brasil", disse o governador.

Segundo Doria, as pesquisas de intenções de votos mostram que 50% dos brasileiros não apoiam nem Lula nem Bolsonaro, e estão preocupados com questões referentes à vacinação contra o coronavírus e a "retomada de seus negócios, da renda que se perdeu".

Questionado se a retomada do crescimento da economia será favorável a Bolsonaro, que tem hoje o maior índice de rejeição desde o início de sua gestão em 2019, o tucano disse que o presidente é um "psicopata, e um psicopata não toma decisões normais, não raciocina com normalidade, não costuma ouvir nem aceitar conselhos, que trabalha por instinto, um instinto belicoso, fracionado, criador de problemas".

"Cada vez que fala gera uma onda contra ele. Bolsonaro é o maior produtor de fatos contra ele. Não estamos diante de um presidente normal, que às vezes erra. Estamos diante de um anormal, que comete sucessivos equívocos. Alguém deve ter dito a ele 'destrua o Brasil'. E ele está destruindo'", afirmou.

Prévias no PSDB

Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador do Ceará Tasso Jereissati e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, disputam as prévias para definir o candidato do PSDB nas eleições de 2022. Essa disputa interna é bem vista pelo governador de São Paulo, que disse acreditar no "processo democrático", e descartou a possibilidade de, caso seja eleito para a disputa, passe a ser "cristianizado" pela bancada de deputados tucanos.

Na entrevista, ele apontou que o candidato escolhido nas prévias sairá "fortalecido para ampliar o diálogo com outros partidos do chamado polo democrático, e isso vai fortalecer aquilo que tenho classificado como a 'melhor via' e não a terceira via". Ainda segundo o governador, "não haverá cristianização, mas, sim, o fortalecimento do PSDB", ressaltando haver um consenso dentro do partido de que os derrotados irão apoiar o eleito pela sigla para disputar o Planalto.