À CPI, reverendo se contradiz ao relatar encontro com Bolsonaro
O reverendo Amilton Gomes de Paula, líder da entidade privada Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) se contradisse hoje em depoimento à CPI ao reconhecer que não se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) leu mensagens entre o religioso e Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, que indicariam um encontro entre Amilton e Bolsonaro. O presidente teria se comprometido a comprar o estoque de vacinas. "Isso é tudo conversa?", questionou o senador.
"De fato não conversei com o presidente", respondeu o reverendo.
"O senhor escreveu uma coisa que não fez?", perguntou Izalci.
"Exatamente."
Mais cedo, o reverendo também disse que não se lembrava de ter encontrado o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, acusado de pedir propina na compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, disse que a comissão teve acesso a uma troca de mensagens entre o reverendo e Dominghetti, em que Amilton afirma ter estado na sala de Roberto Dias na sede da pasta.
"O Reverendo Amilton afirmou que não se recorda de ter encontrado o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, acusado de pedir propina na negociação das 400 milhões de doses, Roberto Dias. No entanto, acabamos de apresentar à CPI uma troca de mensagens entre Dominghetti e Amilton de Paula, na qual o reverendo afirma: 'Boa tarde, Dominghetti, estou na sala do Roberto Dias, com os outros que falaram com ele. É inacreditável como brincam com a vida das pessoas'", escreveu o parlamentar.
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