Lira: desfile de blindados em dia de votação é 'coincidência trágica'
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), lamentou hoje o que definiu como uma "trágica coincidência" o desfile de blindados organizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), marcado para amanhã em Brasília, horas antes da votação da PEC do voto impresso na Casa.
"Eu encaro isso como uma trágica coincidência. Não é que eu apoie essa demonstração. É bem verdade que essa Operação Formosa acontece desde 1988 aqui em Goiás, então não é alguma coisa que foi inventada. Mas também nunca houve um desfile na Esplanada dos Ministérios, na frente Palácio do Planalto", disse o deputado em entrevista ao site Antagonista.
"Com relação à votação, nós não deveremos ter problema. Se os deputados quiserem, a gente pode adiar a votação. Eu quero acreditar que este movimento já estava programado. Só não é usual. Não sendo usual, em um país que está polarizado, isso dá cabimento para que se especule algum tipo de pressão", acrescentou.
Ele ainda afirmou que Bolsonaro disse que o evento não tem o intuito de ameaçar o Legislativo. "Eu falei com o presidente, que nos garante que não havia esse intuito, que está convidando a Câmara e o Senado para participar desse convite."
Lira (PP-AL) pautou para amanhã a PEC 135/19, que estabelece o voto impresso. A sessão do Plenário está marcada para as 15 horas. O texto foi rejeitado pela comissão especial na última sexta-feira (6), por 23 votos a 11, mas os pareceres das comissões especiais de PECs não são conclusivos.
Desfile acontece no dia da votação do voto impresso
O desfile com blindados e tanques de guerra na Esplanada dos Ministérios, que contará com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, é visto como uma demonstração de força do mandatário.
Lá, o comandante do comboio desembarcará para protagonizar uma cerimônia de entrega a Bolsonaro do convite para presenciar o maior treinamento militar da Marinha no Planalto Central.
A Operação Formosa, marcada para a semana que vem, terá, além de veículos anfíbios, aeronaves, carros de combate, veículos de artilharia, lançadores de foguetes e a participação de 2.500 militares.
O presidente da Câmara dos Deputados para amanhã a PEC 135/19, que estabelece o voto impresso. A sessão do Plenário está marcada para as 15 horas. O texto foi rejeitado pela comissão especial na última sexta-feira (6), por 23 votos a 11, mas os pareceres das comissões especiais de PECs não são conclusivos.
Em reunião, parte dos líderes avisou hoje a Lira que o projeto defendido pelo governo e proposto pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), que anexa uma impressora na atual urna eletrônica, terá dificuldades de ser aprovado.
Ao defender o projeto do voto impresso, Kicis, autora da PEC nº 135, afirmou que a mudança permite que o voto seja auditável, mas o atual modelo já permite a realização de auditorias.
O relatório de Filipe Barros (PSL-PR) sobre o tema, porém, foi rejeitado pela comissão especial, criada para debater especificamente o tema, por 23 votos a 11. Na sexta-feira (6) passada, o colegiado aprovou o parecer substitutivo que recomenda o arquivamento da matéria.
Alguns partidos, contudo, estão rachados, como é o caso do PDT, que poderá optar por liberar os deputados para votar livremente. O PROS também está inclinado a liberar os parlamentares.
Já no Cidadania, apenas a deputada Paula Belmonte (DF) defende a PEC da Bia Kicis. A congressista tem mantido dissidência em algumas votações no Congresso, o que tem gerado articulações internas de correligionários contra a permanência da deputada na legenda.
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