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Senador promete sabatina 'dura' de Aras: 'Ele circula fazendo promessas'

Alessandro Vieira disse que a sabatina de Augusto Aras será "muito dura" - Imagem: Agência Senado / TSE
Alessandro Vieira disse que a sabatina de Augusto Aras será "muito dura" Imagem: Imagem: Agência Senado / TSE

Colaboração para o UOL

19/08/2021 11h53

Líder da oposição, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que a sabatina que poderá reconduzir o procurador-geral da República, Augusto Aras, para um segundo mandato no comando do MPF (Ministério Público Federal) será "muito dura". Ainda conforme o parlamentar, o procurador "circula" pelos corredores do Senado "fazendo promessas" de ter maior independência em sua gestão caso seja reconduzido ao posto.

"A sabatina do Aras vai ser muita dura. Ele vai ser confrontado com as várias omissões e erros da sua gestão, o quanto isso impacta na democracia e na vida dos brasileiros. Espero que os senadores assumam a responsabilidade de corrigir erros, [e] se não for esse o caminho, que seja o caminho da justiça. A gente não pode deixar de lutar pelo que é certo", declarou em entrevista ao UOL News.

Alessandro Vieira teceu duras críticas a Augusto Aras e classificou como "vergonhosa a postura" do procurador que, segundo ele, é "um carreirista" e "tenta uma vaga" no STF (Supremo Tribunal Federal).

"O procurador conseguiu que seis ministros do STF chamassem a atenção dele e pediram que ele cumprisse sua obrigação diante da omissão. É uma vergonha a postura do Aras, ele é um carreirista, tenta uma vaga no Supremo", declarou, pontuando, ainda, que "hoje [ele] circula pelo Senado fazendo promessas de que em um segundo mandato seria independente".

Ontem, Vieira, e o também senador Fabiano Contarato (Rede-ES), apresentaram ao STF uma notícia-crime contra Aras para que ele seja investigado por prevaricação. Na visão dos parlamentares, o PGR é omisso diante do que chamam de "crimes e arbitrariedades" do presidente Jair Bolsonaro. A representação é dirigida ao gabinete da ministra Cármen Lúcia.

"O comportamento desidioso do procurador-geral da República fica evidente não só pelas suas omissões, mas também pelas suas ações que contribuíram para o enfraquecimento do regime democrático brasileiro, do sistema eleitoral pátrio e para o agravamento dos impactos da covid-19 no Brasil", diz a peça. "Não se pode ignorar que o conjunto de fatos demonstra patentemente que o Procurador-Geral da República procedeu de modo incompatível com a dignidade e com o decoro de seu cargo", acrescenta.

Aras nega omissão

O procurador-geral da República, Augusto Aras, rechaçou as acusações de ser omisso em sua atuação à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República), e refutou a tese de que não tem agido em relação às ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Não houve em nenhum momento nenhuma omissão do procurador-geral da República", afirmou ele em entrevista à Folha de S.Paulo. "A diferença que pode estar surpreendendo o jornalismo é um procurador que não aceita fazer política, é um procurador que tem o compromisso de cumprir a Constituição e as leis", completou.

À Folha, o procurador também destacou que a PGR não encontrou qualquer indício de fraude nas urnas eletrônicas e no sistema eleitoral do país, e pontuou que "o procurador-geral da República participou, na minha gestão em especial, de todos os atos pertinentes às eleições, legitimando as eleições".