Conjunto de absurdos eleva tensão para 7 de setembro, diz Marcelo Freixo
Em entrevista ao UOL News, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) falou sobre as manifestações marcadas para o feriado de 7 de setembro e o possível comparecimento em massa de policiais militares.
Segundo ele, há um investimento da extrema-direita e de grupos bolsonaristas nos atos com o objetivo de provocar na polícia um "espírito do ódio" e de "patriotismo invertido".
"O que estamos assistindo é um conjunto de absurdos que vai se aproximando do nosso dia 7 de setembro num clima de tensão máxima", disse.
"São diversos crimes cometidos, ameaças, desconstruções das relações institucionais e todas muito graves. Isso é muito ruim para a democracia", completou o parlamentar.
Na segunda-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), comunicou o afastamento do coronel da Polícia Militar Aleksander Lacerda, que, pelas redes sociais, convocou para as manifestações pró-governo de 7 de setembro. O militar também criticou Doria, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e outros políticos.
Para Freixo, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se "alimenta de crises" e vê nos atos do próximo mês a oportunidade de seguir com essa "agenda".
"O que o Bolsonaro mais quer é o que falemos sobre o que interessa a ele", criticou. "Estamos há um mês debatendo voto impresso e STF. Não falamos da fome, de desemprego, vacina, da pandemia. Tem uma disputa de agenda em cima do governo do absurdo."
O deputado ainda disse que há "preocupação muito grande" na aproximação de policiais militares de assuntos políticos.
"Precisamos de polícia modernizada, eficiente, bem paga, controlada. Precisamos de investimento na polícia, e não da polícia envolvida em conflitos políticos. Isso não é bom em nenhum lugar do mundo."
'Críticos de Bolsonaro não deveriam marcar atos para 7/9'
Segundo Marcelo Freixo, Bolsonaro se utiliza de símbolos patriotas para "dividir" a nação e "promover o ódio". Um desses símbolos seria o feriado de 7 de setembro, Dia Independência do Brasil.
Por isso, para ele, oposicionistas do presidente da República não deveriam realizar manifestações no mesmo dia em que acontecerão as pró-governo.
"Os críticos de Bolsonaro não deveriam marcar atos para o 7 de setembro. Não é uma atitude de recua, mas de maturidade", afirmou o deputado.
"Quem é da oposição ao Bolsonaro não deve fazer ato no dia 7, faz no sábado seguinte. Deixa o dia 7 para quem quer ir com arma, quem quer promover violência, raiva e ódio."
Para Freixo, a recomendação é uma forma de evitar atribuições falsas em possíveis confrontos entre manifestantes.
"Se tiver um conflito, vão dizer que a responsabilidade é dos dois lados, e não é. Tem que haver nesse momento um ato de responsabilidade. Quem quer fazer crítica pode bater panela ou outras coisas, mas o país não precisa de mais violência."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.