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Senador avalia como inusitada decisão que desobrigou ida de motoboy à CPI

Alessandro Vieira durante sessão da CPI da Covid; decisão inusitada de Nunes Marques - Pedro França/Agência Senado
Alessandro Vieira durante sessão da CPI da Covid; decisão inusitada de Nunes Marques Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

31/08/2021 10h36

Suplente na CPI da Covid, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) avaliou como inusitada a decisão do ministro Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), de conceder ao motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva o direito de não comparecer à CPI da Covid para prestar depoimento.

"Decisão muito atípica, totalmente fora das outras. Era apenas uma testemunha e recebe habeas corpus inusitado. CPI está recorrendo agora pela manhã" disse, em entrevista à GloboNews.

O motoboy foi convocado após um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicar que ele teria sacado cerca de R$ 4,7 milhões para a VTCLOG, empresa de logística com contratos no Ministério da Saúde e responsável pelo transporte de insumos — inclusive vacinas. A informação foi publicada na semana passada pelo Jornal de Brasília.

O depoimento de Ivanildo Gonçalves da Silva estava marcado para hoje. Segundo a decisão, caso decidisse ir à sessão, Silva também poderá ser acompanhado por um advogado e ficar em silêncio, se assim o quiser.

Segundo Alessandro Vieira, a CPI da Covid busca outros meios para investigar as suspeitas, como a quebra de sigilos bancário, telefônico e telemático.

"Diante da resistência dessa testemunha, a gente está apresentando os pedidos de quebra de sigilo para que possamos identificar as movimentações, saber onde ele se deslocava depois de fazer os saques", disse.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.