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'Imagem do Brasil no exterior é a pior da história', diz presidente da Abag

Colaboração para o UOL

01/09/2021 08h54

O presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Marcello Brito, disse que a imagem negativa do Brasil no exterior pode causar repercussões nos negócios. Ao UOL News, Brito afirmou que essas consequências podem não ser sentidas agora, mas chegarão no futuro.

"A imagem do Brasil no exterior é a pior da história. Não sou eu falando isso, são os próprios embaixadores que tentam segurar a barra do Brasil", falou. Segundo o presidente da Abag, a percepção do país lá fora é ligada à destruição da Amazônia. "Tira o valor não só dos produtos do agro, mas de todos os produtos brasileiros", explicou.

Perguntado se seria favorável ao impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido), Brito preferiu não responder por receio de banalizar a discussão. "Lamento muito que no estágio que passamos no Brasil, com inflação alta, crise de energia, 100 milhões de pessoas em insegurança alimentar, a gente esteja sentado conversando sobre manifestação de 7 de setembro e impeachment", disse.

"Já passou da hora de ter os adultos na sala, os Três Poderes e representantes do setor empresarial, para ter respeito por esses brasileiros e tentar fazer alguma coisa. Não é possível que vamos continuar discutindo, assistindo calados", afirmou. "A hora da omissão já passou e será cobrada em um futuro próximo", completou.

Crise energética

Para o presidente da Abag, a crise energética do Brasil demonstra falta de planejamento do governo. As previsões climáticas feitas em momento de desequilíbrio semelhante em 2001, na opinião de Brito, não foram levadas a sério.

Apesar da ampliação de energia, especialmente solar e eólica, o presidente da Abag disse que as estratégias adotadas estão erradas. "Falam que não é para modernizar e dependemos de São Pedro. Até quando um país que é uma das 15 maiores economias do mundo pode ficar dependendo de São Pedro?", questionou.

Brito chamou o momento de caótico e apontou que, se o crescimento do Brasil fosse maior, a incerteza teria chegado antes. "Não vamos ter a mesma crise de 2001, mas tem muito preço para subir e impacto na inflação, e sabemos bem quem a inflação prejudica", falou.