Bolsonaro se reunirá com caminhoneiros para tentar suspender paralisações
Depois de uma madrugada de bloqueios nas estradas feitos por caminhoneiros que o apoiam, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) irá se reunir ainda na manhã de hoje com representantes da categoria. O encontro foi divulgado pelo chefe do Executivo a apoiadores em uma informação posteriormente confirmada pelo Ministério da Infraestrutura.
"Eu tenho uma hora na manhã... já tenho o tempo tomado com o pessoal dos Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], uma hora, mas estou mais cedo também. Nesses dois intervalos vou conversar com os caminhoneiros para a gente tomar uma decisão", disse o presidente a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Assista ao vídeo em que Bolsonaro anuncia o encontro com a categoria:
O encontro foi confirmado à Reuters pela assessoria do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que está com o presidente no Palácio do Planalto. A conversa deve acontecer por videoconferência.
Bolsonaro pede fim dos bloqueios
Ontem, o presidente já havia pedido para que caminhoneiros autônomos desistissem da paralisação e liberassem rodovias, em áudio divulgado em grupos de mensagens, nas redes sociais. O Ministro da Infraestrutura confirmou a autenticidade do áudio.
Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dê um toque aí para os caras, se for possível... para liberar, para a gente seguir a normalidade."
Jair Bolsonaro pede caminhoneiros para desistirem de paralisação
Pouco tempo depois da divulgação do áudio, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas confirmou a veracidade e reforçou o pedido do chefe do Executivo para que os manifestantes desistissem da mobilização.
"Nos grupos de caminhoneiros muita gente está questionando se um áudio do presidente da República que vazou é real, e se esse áudio é atual. Bom, esse áudio é real, de hoje, e mostra a preocupação do presidente com a paralisação", iniciou o ministro, em vídeo.
"Essa paralisação ia agravar efeitos, na economia, inflação, e ia impactar aos mais pobres, os mais vulneráreis. Uma paralisação traria desabastecimento, prejudicando a população. Há a preocupação de todos com a melhoria da situação do país, mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. Daí a preocupação do presidente da República. Então peço a todos que ouçam, escutem, a palavra do presidente. No áudio mesmo, o presidente fala que a solução vai acontecer através do diálogo entre as autoridades. Então vamos confiar nessa condução, no diálogo. Vamos em frente", acrescentou.
Na manhã de hoje, o Broadcast Político informou que o pedido feito pelo presidente para que seus apoiadores liberassem as estradas gerou mal-estar em parte de sua base de aliados.
O clima de conflito entre bolsonaristas se dá uma vez que os grupos avaliam que o chefe do Executivo deve apoiar a continuidade do movimento dos caminhoneiros e não desestimular.
Os grupos que agora criticam o presidente também ajudaram na mobilização para os atos do 7 de setembro a favor de Bolsonaro.
Bloqueios nos estados
O Ministério da Infraestrutura divulgou novo boletim sobre a situação de bloqueios nas estradas e informou que, às 8h de hoje, foram registrados pontos de concentração em rodovias federais em 15 estados.
Os bloqueios começaram anteontem, durante os atos de caráter golpista do 7 de Setembro convocados pelo atual mandatário, e seguiram ao longo da quarta (08) e na manhã de hoje.
Os estados citados pelo ministério, a partir de informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), são: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.
Segundo o último boletim divulgado pela pasta, houve redução de 10% de ocorrência desde o boletim anterior, divulgado às 0h30. O texto colocado no Twitter ainda informa que o fluxo na BR/101 no Espírito Santo voltou à normalidade.
Ainda segundo o Ministério da Infraestrutura, foram liberados "corredores logísticos essenciais para o abastecimento" no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.
*Com informações de Carlos Padeiro e Gilvan Marques, do UOL, em São Paulo, do Estadão Conteúdo e da Reuters
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