Espero que Bolsonaro não chame Temer para se desculpar por Barros, diz Aziz
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), ironizou hoje, durante sessão, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e disse esperar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não chame o ex-presidente Michel Temer (MDB) para fazer uma nota de desculpas por causa do parlamentar, que está na mira da comissão.
"Só espero que o presidente Bolsonaro não chame o Temer para fazer uma nota para pedir desculpas por causa do Ricardo Barros. Vai acabar fazendo", disse Aziz.
"Acho que está rolando uma cartinha de desculpas daqui a pouco", acrescentou Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão.
O presidente da CPI se referia à carta à nação, divulgada na semana passada por Bolsonaro, na qual ele recua e declara respeito às instituições brasileiras após um discurso golpista no 7 de Setembro. O passo atrás dado pelo chefe do Executivo aconteceu após o envolvimento direto de Temer.
Mais cedo, Aziz já havia ironizado a situação e citado Barros. "Eu vou pedir para vocês não falarem no deputado Ricardo Barros. Ele é onipresente, é uma pessoa que está presente em todos os cantos do governo, intocável perante o presidente Bolsonaro, intocável perante os apoiadores, porque permanece... Mesmo que a gente mostre aqui, desnude, senador Randolfe, o líder na Câmara do presidente Bolsonaro, isso não vai mudar nada não, vai continuar lá. Talvez o presidente escreva uma nota um dia pedindo desculpas também por ter mantido ele até hoje como líder dele", disse.
A CPI ouve hoje o advogado e dono da Rede Brasil de Televisão, Marcos Tolentino. Ele negou ser um "sócio oculto" do FIB Bank — empresa que atuou como fiadora da negociação de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.
Tolentino também presta esclarecimentos devido à relação de amizade com Barros.
Ex-ministro da Saúde no governo Temer, o deputado é suspeito de favorecer a Precisa Medicamentos, empresa que intermediou o negócio da Covaxin — antes de o contrato ser cancelado após suspeita de irregularidades —, e a farmacêutica Belcher — de Maringá, reduto eleitoral de Barros — para emplacar a compra da vacina chinesa Convidecia.
O líder do governo confirma a proximidade com Tolentino, mas nega ter praticado irregularidade.
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