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Jornais americanos criticam discurso de Bolsonaro na ONU: 'embaraçoso'

Do UOL, em São Paulo

21/09/2021 14h10

Dois dos principais jornais americanos criticaram o discurso do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que ocorre em Nova York.

Para o Washington Post, Bolsonaro criou "uma abertura desafiadoramente embaraçosa para um evento que deve se concentrar principalmente na resposta global à pandemia da covid-19".

Já o The New York Times destacou o fato de Bolsonaro ter defendido medicamentos ineficazes para o tratamento da covid-19 e disse que o presidente "teve uma das respostas mais criticadas do mundo à pandemia".

Ambos os jornais deram destaque também ao fato de Bolsonaro não ter se vacinado contra a covid-19, destoando da grande maioria dos chefes de Estado do Mundo.

"Embora ele tenha dedicado apenas uma pequena parte de seu discurso à pandemia, sua presença na assembleia falou muito sobre ela: como ele não foi totalmente imunizado, Bolsonaro parece ter quebrado as regras da ONU que pediam por todos aqueles que entraram na sala da assembleia geral ser totalmente vacinado sob um 'sistema de honra'", disse o Washington Post.

Durante o discurso, Bolsonaro voltou a criticar o lockdown, medida já comprovada como eficaz pela ciência, e a defender o chamado tratamento precoce, baseado em medicamentos que não tem eficácia contra a covid-19 e podem ser prejudiciais aos pacientes.

O The New York Times também contrapôs o discurso de Bolsonaro em relação ao meio ambiente. Assim como nos discursos de 2019 e 2020, Bolsonaro defendeu que o governo tem trabalhado pela preservação da Amazônia —o que é mentira. Entre outros dados, repetiu que o país usa apenas 8% de seu território para a agricultura, o que é um número enganoso. (veja mais aqui)

"O governo de Bolsonaro enfraqueceu a aplicação das leis ambientais e esvaziou as agências responsáveis por aplicá-las. Ainda assim, ele argumentou que o Brasil deveria ser aplaudido por quanto de suas florestas permanecem intactas e disse que o país poderia desenvolver terras de forma sustentável em regiões ambientalmente críticas como a Amazônia", disse o The New York Times.