TV: PF diz que houve 'pressão' de Barros para favorecer empresa na Saúde
A Polícia Federal disse em representação à Justiça Federal que há indícios de que houve "pressão" dentro do Ministério da Saúde durante a gestão do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, para pagar antecipadamente quase R$ 20 milhões à empresa Global Saúde por remédios que nunca foram entregues.
As informações são da Globo News.
Em depoimentos, servidores da pasta dizem ter sido cobrados pelo próprio Barros e por pessoas ligadas ao gabinete dele para liberar a verba.
Esse material teria sido a base da Operação Pés de Barro, que aconteceu na última terça-feira (21). Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em seis cidades: Maceió, Belo Horizonte, Montes Claros (MG), Recife, São Paulo e Distrito Federal.
De acordo com a Polícia Federal, "A má condução dos processos de aquisição desses medicamentos causou o desabastecimento por vários meses de seus estoques do Ministério da Saúde, em prejuízo de centenas de pacientes beneficiários de ordens judiciais". Ao menos 14 pacientes podem ter morrido em decorrência desse desabastecimento.
Os investigados no âmbito da operação podem, segundo a Polícia Federal, responder na Justiça pelos crimes de: fraude à licitação, estelionato, falsidade ideológica, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e corrupção ativa.
Em janeiro de 2019, o MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação de improbidade administrativa contra Barros, acusando o ex-ministro de favorecer empresas na compra dos mesmos medicamentos. Ontem, o órgão voltou a pedir o bloqueio dos bens de Barros e outros quatro ex-servidores da Saúde nesse mesmo caso.
Em nota, o deputado Ricardo Barros negou qualquer irregularidade e afirmou que "tudo foi feito dentro da lei e sob decisões judiciais favoráveis". "Não se comprovará qualquer irregularidade na minha conduta. Promovi uma economia superior a R$ 5 bilhões com a renegociação de contratos, compras de medicamentos e insumos. Todos os valores foram reinvestidos no SUS. Já fiz minha defesa prévia neste processo", declarou.
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