Câmara de São Paulo aprova criação de CPI para investigar Prevent Senior
O plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou hoje a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para analisar e investigar todas as ações da operadora de saúde Prevent Senior realizadas na capital paulista e relacionadas à covid 19.
O requerimento para abertura da CPI foi apresentado pelo vereador Antonio Donato (PT). A comissão será composta por cinco membros, e os líderes partidários têm agora uma semana para indicar os parlamentares que a integrarão.
O UOL procurou a assessoria da Prevent Senior para pedir um posicionamento sobre a decisão da Câmara e aguarda retorno.
Recentemente, a Prevent Senior se tornou alvo da CPI da Covid , no Senado Federal, após ser acusada por ex-funcionários de submeter pacientes a experiências com o "kit covid" — conjunto de medicamentos ineficazes contra a doença — sem conhecimento das famílias. Um dossiê entregue à CPI apontou, inclusive, a existência de supostos atestados de óbitos fraudados, de forma a omitir mortes pela covid-19.
A empresa nega as acusações e se diz alvo de difamação.
Na terça-feira (28), em depoimento, a advogada Bruna Morato — representante de 12 médicos da Prevent Senior — relatou à CPI que os médicos da operadora não tinham autonomia e que pacientes, incluindo aqueles com comorbidades, recebiam um "kit covid" com "receita pronta" para tratamento da doença. (Assista abaixo)
Ainda segundo a advogada, não eram feitos exames preliminares, como testes cardíacos, antes da entrega dos kits, que também foram enviados como "brinde" a beneficiários do plano. Ao todo, oito itens chegaram a compor o kit de "tratamento precoce", contou a advogada.
Os médicos eram, sim, orientados à prescrição do kit. E esse kit vinha num pacote fechado e lacrado, não existia autonomia até com relação à retirada de itens desse kit. É muito importante observar também que, quando o médico queria tirar algum kit, ainda que ele riscasse na receita, o paciente recebia ele completo.
Advogada Bruna Morato, à CPI
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) parabenizou a Câmara de São Paulo pela decisão de hoje e anunciou que a comissão no Senado vai compartilhar todos os documentos a ela enviados relativos a Prevent Senior.
"Parabenizo a Assembleia de São Paulo pela abertura da CPI da Prevent Senior. Como faremos com o MP-SP [Ministério Público de São Paulo], vamos compartilhar farta documentação da investigação que estamos realizando no Senado. Os responsáveis por esse massacre e uso de humanos como cobaias devem ser punidos exemplarmente", defendeu Calheiros em uma rede social.
Protesto em SP
Mais cedo, a sede da Prevent Senior em São Paulo foi alvo de um protesto realizado pelo Levante Popular da Juventude. No ato, a fachada da rede foi pintada de vermelho, uma referência ao sangue das vítimas da covid-19, e, na calçada, foi escrita a palavra "assassinos" em tinta branca.
"O Levante Popular da Juventude foi até a sede da empresa Prevent Senior, localizada na cidade de São Paulo, denunciar o sangue derramado nas mortes que poderiam ter sido evitadas, se não fosse o negacionismo e a política de morte do governo Bolsonaro", declarou o movimento nas redes sociais.
(Com Estadão Conteúdo)
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