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Lula: 'PT tem defeitos, não presta em algumas coisas, mas é o meu partido'

Para Lula, o PT "não tem que ter medo de ser radical" e precisa falar "a linguagem das pessoas" - Wilton Júnior/Estadão Conteúdo
Para Lula, o PT 'não tem que ter medo de ser radical' e precisa falar 'a linguagem das pessoas' Imagem: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

30/09/2021 11h21Atualizada em 30/09/2021 11h42

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em evento virtual realizado ontem com militantes da legenda, que o Partido dos Trabalhadores "tem defeitos", mas que ele não pode abandonar a sigla "a cada tropeço".

"O PT tem defeitos, não presta em algumas coisas, mas é o meu partido. E se tem algum defeito, eu vou consertar esse defeito e fazê-lo ser perfeito", disse Lula, referenciando a fala à economista Maria da Conceição Tavares, filiada ao PT.

"Não posso arrancar o meu dedão cada vez que machuco a unha. Não: eu tenho que curar esse dedão. E o PT precisa de ajuda, precisa de gente que forme politicamente, que dê conselho e que cobre, porque foi para isso que o PT cresceu", prosseguiu o ex-presidente.

O evento do qual Lula participou e discursou serviu para diplomar filiados para ações de militância, como educação política e organização de núcleos e grupos de estudo.

Ainda no discurso para os formandos do curso, Lula afirmou que o PT "não tem que ter medo de ser radical" e "ser diferente". Para ele, se a militância começar a ter um "discurso mais sofisticado", visando agradar a terceiros, a legenda acabará virando um "partido comum".

"O PT não tem que ter medo de falar a linguagem das pessoas que ele representa: do pobre, do negro, do índio, do desempregado, do que está morando na rua, do catador de material reciclável, da classe média operaria, da classe média bancária, do profissional liberal", disse.

'Tenho dívida com esse povo'

No evento com militantes, Lula disse que, nas eleições de 2018, a qual ele foi impedido de concorrer por causa de uma prisão que foi, posteriormente, revertida, ele desejava disputar novamente o cargo de presidente por sentir que "é preciso fazer mais" pelo Brasil.

"Eu tenho na cabeça que tenho dívida com esse povo (população). É preciso fazer mais. É preciso investir mais no salário, na educação e na qualidade de vida desse povo", afirmou.

"O estado do Mato Grosso tem 3,5 milhões de habitantes e tem 30 milhões de cabeças de gado — e as pessoas estão pegando osso no açougue porque não tem como comprar carne", lamentou.

De acordo com pesquisa de intenções de voto do Datafolha, se a eleição presidencial de 2022 fosse hoje, em setembro de 2021, Lula venceria, por 56% a 31%, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um eventual segundo turno.