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Após ataques, Ciro pede trégua entre partidos na 'guerra' contra Bolsonaro

Juliana Arreguy

Do UOL, em São Paulo

03/10/2021 12h22Atualizada em 20/07/2022 19h44

Um dia após sofrer ataques durante o ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em São Paulo, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) concedeu uma entrevista coletiva para pedir um cessar-fogo entre os partidos de oposição, com o objetivo de concentrar forças para derrotar o chefe do Executivo.

"Estamos propondo uma amplíssima trégua de Natal", disse ele neste domingo (3). "Uma trégua numa guerra de verdade é o apelo a um momento de respiro, no qual muitos episódios aconteceram. Só na noite do Natal vamos parar de atirar uns nos outros".

Quando o assunto for Bolsonaro e o impeachment, a gente deve esquecer tudo e convergir para esse raríssimo consenso, que é difícil - Ciro Gomes

Ontem, Ciro foi alvo de críticas feitas por um integrante do PCO (Partido da Causa Operária) no principal carro de som do ato na Avenida Paulista, onde mais tarde realizou o seu discurso ao som de vaias e xingamentos. Após a sua fala, ele ainda foi alvo de uma tentativa de agressão enquanto tentava deixar o local. Segundo a equipe do presidenciável, o ataque partiu de militantes petistas.

A reportagem do UOL presenciou manifestantes atirando pedaços de madeira contra o veículo onde Ciro estava. Houve tumulto e a polícia utilizou spray de pimenta para dispersar a confusão.

"Nunca me intimidarão"

Mais cedo, Ciro disse que os ataques sofridos ontem não o "impedirão de lutar a favor da democracia".

"Essa polarização é uma bola de chumbo agarrada ao Brasil que impede nosso povo de debater o que realmente importa", escreveu em seu perfil no Twitter neste domingo.

Os radicais, seja da esquerda, seja da direita, nunca me intimidaram. E nunca me intimidarão. Nunca me impedirão de lutar a favor da democracia
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT a presidente

"O gigante acordou"

Recebido a gritos em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — a quem o pedetista tem criticado —, Ciro alega não se lembrar se fez algum gesto que tivesse inflamado a militância; alguns manifestantes disseram que ele chamou Lula de "ladrão" durante as provocações.

"Não sei o que fiz quando vi aquela turba avançando na minha direção, com camisas de partidos. Na hora me empurraram para dentro do carro", contou. Apesar disso, ele classificou o incidente como "uma bobagenzinha".

Ciro elogiou a adesão aos atos de ontem e declarou que "o gigante acordou". Para ele, as manifestações serviram de estímulo para que atos marcados para 15 de novembro sejam ainda maiores. No entanto, pediu cautela e reforçou a necessidade de união, além de defender que os atos principais sejam em outras capitais, e não apenas em São Paulo.

"Bolsonaro é capaz de infiltrar gente para produzir um cadáver. Conheço essa gente, por isso sei", observou. "Por isso estou propondo uma trégua a redor de um assunto que precisamos desesperadamente produzir um generoso consenso. Precisamos proteger a democracia brasileira".

"Não tenho nada a ver com terceira via"

Pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro tentou se descolar da imagem de outros nomes pintados como alternativas a Lula e Bolsonaro, que lideram as pesquisas de opinião de votos para 2022.

"Eu não tenho nada a ver com essa terceira via que se vê nos jornais", declarou.

Lideranças do PT, como o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad e a presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), lamentaram o ocorrido. Durante a coletiva, Ciro agradeceu o apoio de ambos, mas declarou não ter recebido nenhum telefonema em solidariedade aos ataques.

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