Discurso de Ciro em São Paulo é marcado por vaias e tentativa de agressão
No momento em que o presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE) começou a discursar hoje na Avenida Paulista, em ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os manifestantes presentes começaram a vaiar e xingar. Quando o político foi deixar o local, houve tumulto e um manifestante tentou agredi-lo.
"Fingi que não ouvi", disse ele logo após o discurso, ao deixar a manifestação. Questionado sobre se isso o atrapalhou, disse: "Procure a história do cabo Anselmo".
Cabo Anselmo foi um militante de esquerda que exerceu a função de agente duplo durante a ditadura militar e tornou-se um dos principais colaboradores dos órgãos de repressão do regime. No caminhão, Ciro disse que o Brasil era maior que o fascismo "travestido de vermelho e de verde amarelo".
Na saída, Ciro desceu acompanhado de seus assessores e encontrou militantes contrários à sua presença no ato em frente ao carro que o aguardava, estacionado próximo a uma choperia com militantes. Um deles tentou jogar uma garrafa de bebida no pedetista e foi contido por policiais, enquanto outros atiraram pedaços de madeira no veículo.
Ciro entrou no carro que o aguardava e o tumulto continuou, com um pequeno grupo trocando socos e a polícia utilizando spray de pimenta.
Após Ciro terminar de falar no carro, manifestantes entoaram um coro em apoio ao ex-presidente Lula.
Em nota, o PDT afirmou, em nota, que "meia dúzia de militantes petistas que estavam em um bar, visivelmente alterados, tentaram hostilizar a ele [Ciro] e ao presidente do PDT, Carlos Lupi". "São atos covardes de quem não está interessado no país. Esses covardes não intimidarão quem quer que seja. Ciro e o PDT seguirão na luta contra Bolsonaro e a favor do Brasil", completou o partido.
Ao deixar o ato, Fernando Haddad disse que a tentativa de agressão a Ciro foi "lamentável". Haddad salientou que o ato foi muito preparado pelos organizadores para evitar incidentes, mas que a adesão aos atos sai do controle da organização.
"Obviamente com 100 mil pessoas na rua é possível que algo saia do roteiro. Mas temos que construir uma relação de confiança, não temos alternativa."
Ciro Gomes compareceu ao ato uma semana após criticar o ex-presidente Lula em entrevista à GloboNews. Antes do ato, pedetista disse ao UOL que era o momento de deixar momentaneamente de lado as diferenças.
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