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Black blocs rasgam bandeira verde e amarela em ato na Paulista

Herculano Barreto Filho e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

02/10/2021 18h02Atualizada em 02/10/2021 19h06

Um grupo de black blocs rasgou uma bandeira verde e amarela de cerca de 100 metros no asfalto da avenida Paulista, próximo à rua Augusta, em meio ao ato de hoje (2) à tarde contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Com rostos cobertos por toucas-ninja e guarda-chuvas para impedir que fossem identificados, cerca de 30 manifestantes danificaram o objeto. A ação foi registrada pelo UOL.

A bandeira pertencia ao movimento Juventude Pátria Livre, ligado ao PCdoB.

Black Bloc - Herculano Barreto Filho/UOL - Herculano Barreto Filho/UOL
Black blocs rasgaram bandeira em ato na Paulista
Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

"Esse grupo vem justamente para vandalizar símbolos identificados com o Brasil em todos os atos. Também estamos aqui para protestar contra o Bolsonaro", disse Keila Pereira, secretária de comunicação do movimento.

Lucca Gidra, diretor de cultura da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), conta que os black blocs atacaram a bandeira no momento em que os movimentos estudantis estavam discursando no caminhão de som. "Se aproveitar de um momento bem covarde em que não tinha ninguém nosso na bandeira. Foi um ato covarde, eles foram lá e rasgaram a bandeira."

Keila disse que os integrantes do movimento acabaram sendo surpreendidos pela ação. "Quando a gente chegou aqui, eles já estavam rasgando", contou.

Houve princípio de confusão. Após o ato de vandalismo, os black blocs discutiram com outros manifestantes. "Eles queriam bater nos meninos. Aí pedi para que se acalmassem. Rolou uma tensão", relatou Keila.

Após o episódio, o grupo de black blocs seguiu em direção ao Masp, onde ocorrem os discursos, em meio a gritos de ordem.

Gidra diz que o sentimento é de "indignação por eles não entenderem que a bandeira do Brasil é nossa". "E segundo pelo ato violento. A Paulista é um ambiente democrático e a pauta era o 'fora, Bolsonaro'. Muitas vezes, quem tem esse tipo de atitude são os próprios bolsonaristas."

O representante da UMES lembra que, para evitar problemas gerados por black blocs, os atos já deixaram de caminhar e passaram a ser parados. "Isso é um problema porque, quando eles fazem isso, acabam não ajudando a população a ir para o ato. A população fica com medo por atitudes dessa minoria."