Ciro Gomes pediu trégua, mas deveria selar paz definitiva, diz Haddad
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) criticou hoje no UOL News os ataques que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) sofreu no sábado, 2, na Avenida Paulista, durante as manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Haddad disse, no entanto, ser alvo constante do pedetista.
"O Ciro Gomes vem agredido verbalmente a mim, a presidenta (do PT) Gleisi (Hoffmann) e ao presidente Lula há três anos, e você nunca ouviu da minha parte uma menção desabonadora à figura dele", afirmou Haddad.
Ao discursar no ato de sábado, Ciro foi vaiado e quando deixava a manifestação sofreu uma tentativa de agressão. Uma pessoa tentou atirar uma garrafa de bebida contra ele e o carro do político foi atingido por vários pedaços de paus jogados por manifestantes.
No UOL News, Haddad disse que "a vaia e o aplauso são partes da democracia", mas criticou as tentativas de agressão contra Ciro. O petista afirmou que, apesar de sofrer ataques do pedetista, não recebe solidariedade de outros partidos e de setores da sociedade.
Respondo em termos civilizados, reestabelecendo a verdade, quando acho que ele faltou com a verdade, mas nunca revidei uma agressão verbal. E foram muitas. Infelizmente nunca recebi solidariedade de ninguém pelas agressões verbais que sofri, a não ser do PT e da militância progressista
Fernando Haddad, sobre ataques de Ciro contra ele
Trégua
Em entrevista coletiva ontem, após o episódio de sábado, Ciro pediu um cessar-fogo entre os partidos de oposição, para concentrar forças para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições do ano que vem. Na ocasião, o pedetista falou em "amplíssima trégua de Natal".
"Espero que não seja até o final desse ano. Essa trégua tem que selar uma paz definitiva. É muito chato você ver uma pessoa que estava com você até outro dia no governo te agredir. Eu fui ministro com Ciro Gomes. Quase compusemos uma chapa em 2018", afirmou Haddad.
O petista disse que os partidos de oposição precisam se unir para derrotar Bolsonaro em 2022. Para ele, é preciso evitar uma desunião entre os progressistas, como a que ocorreu em 2018, na vitória do atual chefe do Executivo federal.
Se nós, os democratas do país, não tivermos um compromisso com justiça social e democracia, fica mais difícil. Se fizermos um pacto em relação a esses dois pilares, a gente tem grande chance de tirar o país da crise definitivamente
Fernando Hadadd, sobre união da oposição
Haddad disse que as legendas precisam se entender já sobre o segundo turno do ano que vem, antes mesmo da realização do primeiro. Para ele, este não é o momento para se dar destaque às divergências entre eles, mas sim reforçar o que têm em comum.
"Para o bem do Brasil, temos que tratar do segundo turno junto. Não dá para descasar primeiro e segundo. Não teríamos o resultado que tivemos em 2018 se houvesse tempo de preparar aquele segundo turno. Infelizmente, as circunstâncias não permitiram", afirmou Haddad.
Aproximação com PSDB
Ao ser questionado sobre uma aproximação com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), Haddad afirmou que fala "com todo mundo" e que é preciso "encontrar saídas para São Paulo e Brasil". No meio político, é dada como certa a saída de Alckmin do PSDB e uma possível filiação ao PSD.
"Vejo como um bom movimento a saída do ex-governador Alckmin do PSDB. O PSDB se descaracterizou com o Doria e Eduardo Leite. Eles radicalizaram muito para a direita. Apoiaram explicitamente o Bolsonaro. Defendem uma política econômica nefasta para os pobres desse país", afirmou Haddad.
O petista disse ver com bons olhos "que muitos social-democratas estão deixando o PSDB". Ele, no entanto, não deixou claro sobre uma possível aliança com Alckmin em São Paulo sobre a disputa ao Governo de São Paulo no ano que vem.
A política é a saída para se construir alternativas e colocá-las à disposição do eleitor, que é quem vai julgar a conveniência das alternativas oferecidas
Fernando Haddad, sobre possível união com Alckmin em SP
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