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Médico diz que Prevent era especialista em números, não em pessoas

Do UOL, em São Paulo

07/10/2021 12h38Atualizada em 07/10/2021 13h45

O médico Walter Correa de Souza Neto, ex-funcionário da Prevent Senior, disse hoje na CPI da Covid que a operadora era especialista em números, não em pessoas. Ele também afirmou ter sido repreendido por se recusar a prescrever o "kit covid", composto por medicamentos sem eficácia contra a covid-19.

A Prevent, até pouco tempo, usava no comercial deles que são especialistas em pessoas, mas eu sempre via a Prevent especialista em números.
Médico Walter Correa de Souza Neto, ex-funcionário da operadora

Ele disse que não são exclusivos da pandemia casos como o do paciente Tadeu Frederico de Andrade, que diz ter recebido orientação de médicos da Prevent para tomar cloroquina antes de receber o diagnóstico positivo para covid-19. O paciente também relata que a Prevent tentou convencer sua família, usando o prontuário de outra pessoa, a autorizar o tratamento paliativo após 30 dias de internação.

"Eu não concordava, na maioria das vezes, com a política [da empresa]. Além da inadequação crônica, a Prevent tinha um modelo que era basicamente voltado para custos e não para o bem-estar. Essas condições, como o caso do senhor Tadeu, não são exclusivas da pandemia, estão inseridas na cultura da empresa."

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.