Aziz: Bolsonaro cometeu 'crimes sérios' na pandemia, mas não genocídio
O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu "crimes sérios" durante a pandemia da covid-19, mas que não está convencido de que genocídio seja um deles. A afirmação foi feita em entrevista ao jornal O Globo.
"O Bolsonaro fez aglomerações propositadamente, o Bolsonaro pregou a imunização de rebanho, pregou medicamento não comprovado, foi charlatão prescrevendo medicamento sem eficácia... Então, ele tem crimes sérios, só que o genocídio é muito mais sério que isso tudo", disse. "Eu preciso ser convencido de que houve [genocídio]. Até agora eu não fui".
Na proposta de relatório final da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) sugere indiciar Bolsonaro por 24 crimes, como homicídio qualificado, prevaricação, genocídio de indígenas e crime contra a humanidade.
Aziz disse também não saber se o presidente cometeu homicídio qualificado, como diz o texto de Calheiros. "Ele fazia 'motociata', fazia questão de ficar sem máscara. Isso ele provocou, não foi espontâneo. Não é que ele desceu num local para ir ao banheiro e chegou um monte de gente na porta do banheiro, não. Era anunciado, se gastava dinheiro para fazer essa motociata, tudo era programado, então isso sim. Se é homicídio qualificado, não sei, mas é crime", declarou.
O senador se recusou a dizer se acredita haver excessos no relatório, e disse que não há desunião entre o grupo majoritário da CPI, mas "divergências pontuais".
Uma dessas, contou, é o indiciamento de Silas Malafaia. "Sou contra indiciar o Malafaia. Vou votar contra", disse. Para Calheiros, o pastor deveria responder por incitação ao crime.
A leitura do documento está marcada para amanhã, e o texto deve ser votado na próxima terça-feira (26).
A versão do relatório, obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi confirmada ao UOL por integrantes do colegiado. O vazamento do texto para a imprensa foi criticado por senadores do G7, incluindo Aziz e o vice-presidente, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
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