Queremos justiça, e não vingança, diz Aziz sobre relatório da CPI da Covid
Após uma sessão marcada por divergências entre o usualmente hegemônico G7 da CPI da Covid, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que não pedirá para o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), remover nada do relatório gerado pelas investigações da CPI.
"Todos do G7 temos o mesmo discurso: não estamos atrás de vingança, mas de justiça. E, para isso, precisamos embasar as tipificações", ressaltou em entrevista à CNN Brasil. Sobre o episódio de discussão entre o grupo, ele falou: "A gente convive com a divergência. Não há mal-estar".
Apesar disso, uma parte do documento foi vazada para a imprensa, o que recebeu críticas de Aziz. "Joga-se aí para se debater publicamente um relatório quando não se deve fazer esse debate público: primeiro, precisa-se fazer um debate interno, técnico", afirmou.
Para ele, o trabalho feito pela CPI é sério, "não é ego" ou tentativa de "melhorar seu potencial eleitoral" com a aproximação dos pleitos de 2022.
A fim de desfazer a crise recente entre o G7, foi organizado para hoje um encontro em território neutro, oferecido pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Indiciamento de Bolsonaro
Com o fim da CPI da Covid e a entrega do relatório final marcada para amanhã, especula-se que será pedido o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por 11 crimes.
"Se uma delas (tipificações) der errado, as outras podem cair por terra", alertou Aziz à CNN. Outra preocupação dele, que é declarado opositor do presidente, é que o relatório seja visto como uma narrativa política em vez de uma análise técnica.
Ele (Bolsonaro) pode ser arrolado em 80, 90, 100, desde que tenha base para todas [...] O importante não é a quantidade: é o embasamento, e sem narrativas, com comprovações de que aquilo aconteceu".
Omar Aziz
Segundo o presidente da CPI, ele e Renan Calheiros já sofreram com "narrativas" e, por isso, há preocupação de que o desfecho da comissão não seja percebido como um trabalho sério. "As imputações são técnicas", reforçou.
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