Inaceitável é ter Lira na cadeira de presidente da Câmara, rebate senador
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), integrante da CPI da Covid, rebateu, em entrevista ao UOL News hoje, as críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pelo relatório ter sugerido o indiciamento de seis deputados. No plenário da Casa, Lira disse que os indiciamentos eram inaceitáveis.
O que é inaceitável é você ter uma figura como Arthur Lira numa cadeira tão importante da República. O histórico dele não aponta nada respeitável. Histórico de vida de Lira e orçamento secreto apontam para arquivamento do relatório.
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
Entre os deputados, o relatório da CPI sugere o indiciamento de Ricardo Barros (PP-PR), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Osmar Terra (MDB-RS) e Carlos Jordy (PSL-RJ).
"Ficaria preocupado se Lira elogiasse o trabalho da CPI. Se incomodou, estamos no caminho certo. Existe, de fato, a imunidade parlamentar, para que eu possa manifestar minha opinião, mas não me permite mentir. Parlamentares não podem utilizar de suas posições para disseminar fake news", completou o integrante da CPI.
O senador ainda comparou o governo Bolsonaro ao escândalo protagonizado pelo PT em 2005. "O Brasil vive quase um mensalão na versão de última geração", criticou.
Próximos passos
Além da entrega do relatório a Lira hoje, Vieira informou que o documento também será entregue ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, e ao Ministério Público Federal do Distrito Federal. Ontem, o documento foi entregue em mãos ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
"Esta CPI já produziu resultados. Temos denúncias, ações penais, autoridades afastadas e muitas investigações em andamento e agora, com essas novas informações, poderemos avançar na apuração em relação a autoridades com prerrogativa do foro nos tribunais superiores", disse Aras, segundo a assessoria da PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo Twitter.
As sugestões de aprofundamento de investigações e de indiciamentos contidas no relatório serão encaminhadas aos órgãos de fiscalização e controle — sobretudo o MPF (Ministério Público Federal), por meio da PGR, e o Ministério Público dos estados, com foco no Distrito Federal e em São Paulo, onde já existem apurações em andamento.
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