Lula e Bolsonaro já tiveram oportunidade e se perderam, diz ex-ministro
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria-Geral do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou à revista Veja que o bolsonarismo é o "petismo com o sinal contrário" e criticou a possível candidatura à reeleição do chefe do Executivo e do ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.
Santos Cruz, que está se alinhando à candidatura de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, ao Palácio do Planalto, fez elogios ao ex-juiz.
"Eu acho Moro uma grande opção pro Brasil, porque as duas candidaturas que estão aí na frente [de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva], com polarização de extremistas, já tiveram a sua oportunidade e se perderam na demagogia e no populismo. O Brasil não vai ganhar nada com uma campanha de extremos."
Na movimentação no xadrez político de 2022, Sérgio Moro pretende ampliar sua aproximação com os militares. Ele já começou a convidar generais para a cerimônia de sua filiação ao Podemos, no próximo dia 10. Um dos convidados é Santos Cruz, mas, segundo pessoas próximas de Moro, outros oficiais de alta patente também serão chamados para o evento de filiação.
Segundo Santos Cruz, Bolsonaro e Lula já tiveram suas oportunidades de comandarem o país e os brasileiros estão cansados do "show político que estamos vivendo" com a polarização política.
"O bolsonarismo é o petismo com sinal contrário, o comportamento é o mesmo. Eu acho que o candidato Lula teve a oportunidade dele, governou duas vezes, o PT teve quatro oportunidades [com mandatos de Lula e Dilma Rousseff]. (...) A gente precisa não é nenhum salvador da pátria, mas de uma pessoa que valorize as instituições, que tenha um projeto de país, e que não se preocupe com dar show. Estamos vivendo em campanha eleitoral há três anos."
Crítico do governo atual, Santos Cruz afirmou à revista que Bolsonaro tenta usar às Forças Armadas politicamente, mas reforçou o papel delas. Em agosto, o presidente afirmou ter orgulho de ser o comandante das Forças Armadas e ter um Alto Comando preocupado com o futuro do país.
"As Forças Armadas nunca apoiaram formalmente um candidato. Os militares têm a sua individualidade. Como instituição, ela não deve se vincular a ninguém", declarou Santos Cruz
*Com informações do Estadão Conteúdo e da Reuters
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