Bolsonaro diz que Brasil é um dos países 'mais atacados' ao citar COP26

Apesar de dados indicarem uma alta no desmatamento no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que o país é um dos que mais contribuem para a contenção da emissão de gases de efeito estufa e, mesmo assim, é um dos mais "atacados" ao tratar da COP26.

A declaração foi dada hoje em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde cumpre série de agendas em semana no Oriente Médio, e publicada em vídeo pelo portal g1.

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"COP26, né? Ali é um local onde quase todos apresentam os problemas para os outros resolverem. Você pode ver, China, Índia, Estados Unidos não assinaram nada. Nós somos os que mais contribuímos para a não emissão de gases de efeito estufa e que, por vezes, mais pagamos a conta, mais somos atacados", declarou Bolsonaro a jornalistas brasileiros.

A Conferência do Clima, organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em Glasgow, na Escócia, começou em 31 de outubro e termina hoje. O presidente Bolsonaro não participou presencialmente do evento, mas o país contou com comitivas de ministros, governadores e parlamentares, por exemplo.

Estados Unidos e China são os dois principais emissores de gases de efeito estufa. Embora não tenham assinado todos os acordos discutidos na COP26, ambos os países anunciaram um acordo de compromisso para trabalharem juntos no combate à liberação de carbono na atmosfera.

Desmatamento, promessas e desconfianças

Desde que assumiu a Presidência da República, em 2019, a gestão de Bolsonaro vem sendo criticada por ambientalistas, tanto dentro quando fora do Brasil, por sua postura diante o meio ambiente.

Nesta sexta-feira (12), dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) mostraram que a destruição da floresta continua acelerada. Houve alertas de desmatamento em 877 km² de florestas na Amazônia, 5% a mais que em 2019 e um recorde da série histórica iniciada em 2016 para o mês de outubro.

ONGs internacionais e representantes de delegações estrangeiras receberam com desconfiança compromissos assumidos pelo Brasil na COP26, diante da piora em todos os indicadores ambientais nos dois primeiros anos de governo Bolsonaro.

O país apresentou um documento na cúpula do clima no qual se compromete a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 50% até 2030.

Mas integrantes de outras delegações, como os Estados Unidos, pedem "ações concretas" que comprovem a intenção de cumprir com essas metas.

Além de o desmatamento na Amazônia continuar acelerado, uma série de projetos de lei que pretendem legalizar o que hoje seria desmate irregular.

Hotel bancado pelos árabes

Jair Bolsonaro se hospedou em um dos hotéis mais caros de Dubai, a extravagante cidade no Golfo Pérsico, em que a diária de um quarto pode chegar a cerca de R$ 76 mil, segundo informações da hospedagem consultadas pelo UOL.

Ele fez check-in no Habtoor Palace, considerado um dos hotéis cinco estrelas mais luxuosos da região, onde deve ficar até a próxima terça-feira (16).

O UOL visitou o site do hotel e encontrou uma suíte cuja diária equivale a R$ 76,6 mil, a Sir Winston Churchill Suite. Nela, diz o site, há três quartos nos andares mais altos com vista para um jardim paisagístico.

Do lado de dentro, há uma sala de estar com uma área para refeições de 12 lugares, escritório elegante e uma área de estar.

"A majestosa escadaria do quarto se conecta à piscina de imersão da cobertura e à área de estar", diz o site. "O quarto principal define um novo padrão de opulência com seu banheiro privativo, onde uma banheira suntuosa é o centro das atenções."

Bolsonaro disse hoje que a despesa está sendo bancada pelo governo local, de acordo com o portal Metrópoles.

"Estou em um quarto de diária R$ 45 mil. Só que é 0800. Jamais eu ficaria, com todo o respeito, mesmo eu pagando, não ficaria em um hotel desses, jamais", afirmou Bolsonaro, segundo o portal.

*Com informações da BBC Brasil.