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TSE: Testes com ataques hacker não revelaram risco às eleições, diz Barroso

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

29/11/2021 16h54Atualizada em 29/11/2021 20h40

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou hoje que não se descobriram fragilidades graves nas urnas eletrônicas durante uma semana de testes encerrada no último sábado.

O anúncio foi feito na apresentação do TPS (Teste Público de Segurança), um evento feito pelo TSE desde 2009 no qual cidadãos interessados no assunto podem apresentar planos de ataques cibernéticos para testar a segurança dos equipamentos.

Neste ano, os especialistas executaram 29 planos de ataque às urnas durante seis dias, desde a última segunda-feira. Segundo Barroso, cinco destes ataques revelaram "achados" que podem ser examinados para aprimorar a segurança dos equipamentos, mas nenhum deles mostrou uma falha que permitisse a manipulação dos votos ou tivesse potencial de adulterar o resultado de uma eleição.

Os 24 testes restantes, de acordo com o ministro, "não obtiveram qualquer sucesso", ou seja, não conseguiram ultrapassar nenhuma barreira das urnas.

Segundo Barroso, as conclusões dos trabalhos serão estudadas pelo TSE e o sistema será aperfeiçoado até maio do ano que vem, a tempo de estar atualizado para as eleições em outubro.

Houve o que nós chamamos de alguns achados. Que, ainda quando não tenham sido graves, eles são importantes e merecerão reflexão e estudo do TSE para fins de aprimoramento".
Luís Roberto Barroso, presidente do TSE

Os testes

O TPS é feito pelo TSE desde 2009, em geral no ano anterior às eleições, e teve neste ano sua sexta edição. Individualmente ou em grupos, os participantes do evento fazem tentativas de invasão aos equipamentos, tais como a inserção de um programa não autorizado ou a violação do sigilo do voto.

Chamados pelo TSE de investigadores, os interessados em executar os testes se inscreveram em agosto. Em sua maioria, os investigadores são especializados em tecnologia da informação e segurança cibernética. Alguns são vinculados a instituições como a PF (Polícia Federal) e universidades, mas outros atuam de maneira independente.

Nas edições anteriores do TPS, de acordo com o tribunal, foram raros os casos em que alguma vulnerabilidade foi encontrada. No teste mais recente, em 2019, uma falha foi identificada e sanada em fevereiro do ano seguinte, meses antes das eleições municipais.