Governo Bolsonaro está entregando o país pior do que recebeu, diz Moro
O ex-juiz Sergio Moro (Podemos), cotado para disputar a Presidência da República no ano que vem, criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual fez parte como ministro, e disse que "ninguém quer esse governo atual que está entregando o país pior que recebeu".
Em entrevista à rádio O Povo CBN, o ex-juiz ressaltou que é preciso esquecer a expressão "terceira via", para que a eleição não seja definida pensando em dois extremos que, segundo ele, "ninguém quer", referindo-se a Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ambos lideram a corrida conforme as pesquisas eleitorais.
Ninguém quer voltar ao governo do passado que baseou sua governabilidade num modelo de corrupção e que acabou em uma recessão. E ninguém quer esse governo atual que está entregando pais pior que recebeu Sergio Moro
Moro disse que assumiu o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro com "boas intenções" e que fez tudo o que podia à frente da pasta, mas teve "limitações".
Embora diga que soubesse que Bolsonaro era uma pessoa "controvertida, cheia de declarações esquisitas, para dizer o mínimo", Moro disse que muita gente acreditava que ele na Presidência assumiria uma postura mais "estadista".
O ex-juiz disse ainda que está conversando com muitos quadros bons para a costura de alianças, mas evitou citar nomes. Moro se encontrou no sábado (4) com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e classificou o tucano como um "grande quadro da política brasileira".
Em entrevista ao jornal Correio Brasiliense, quando questionado se aceitaria ser vice nesse processo de construção para 2022, Moro respondeu que "colocamos nosso projeto em andamento" e que dá para usar a expressão "este navio já zarpou".
Decisão do STF sobre Lula foi 'grande erro'
Moro avaliou ainda que as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) envolvendo Lula foram um "grande erro". Ele disse ter orgulho do trabalho na Lava Jato, mais uma vez negou que tenha cometido irregularidades na condução do processo, e afirmou que a Petrobras foi "saqueada" e que a operação foi uma "conquista da sociedade brasileira".
Em junho deste ano, o STF declarou que Moro foi parcial ao julgar Lula no processo do tríplex do Guarujá (SP). No dia 8 de março, o ministro Edson Fachin anulou todas as condenações de Lula sentenciadas por Moro na Justiça Federal do Paraná. Com a decisão, o petista voltou a ser elegível e apto a se candidatar a presidente em 2022. O caso foi levado ao plenário do STF, no dia 15 de abril, e a declaração de incompetência de Moro foi confirmada por 8 votos a 3.
"Houve essa decisão recente do Supremo em relação ao caso Lula e eu respeito o Supremo como instituição, mas eu sou forçado a afirmar que isso foi um grande erro do Judiciário. Todo mundo sabe a verdade ali, isso aconteceu durante o governo do PT e já tinha tido escândalo anterior, do mensalão (?) Então estou bem tranquilo em relação a isso", disse.
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