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Políticos comemoram decisão de Barroso sobre passaporte da vacina

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

11/12/2021 18h18Atualizada em 11/12/2021 21h20

Parlamentares, pré-candidatos à presidência da República e políticos não governistas comemoraram a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou neste sábado (11) a obrigatoriedade de passaporte da vacina aos estrangeiros que ingressarem no país.

Com a decisão do ministro, que respondeu uma ação feita pelo partido Rede, estrangeiros só poderão entrar no país com o comprovante de vacinação com algum dos imunizantes aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A decisão de Barroso contraria o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que havia se posicionado contra a exigência de comprovante de vacinação para estrangeiros que ingressassem no país. A postura de Bolsonaro vai na contramão de recomendação da Anvisa.

Pelo Twitter, o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comemorou o resultado e afirmou que a decisão homenageia as "mais de 616 mil vidas perdidas" em decorrência de complicações causados pelo novo coronavírus.

"Os comensais da morte perderam mais uma. A vida venceu mais uma vez. Cada vitória que conseguimos em cima daqueles que acham que é melhor morrer do que comprovar a vacinação, é em homenagem às mais de 616 mil vidas que perdemos para a Covid-19 e pra esse Governo irresponsável", escreveu nas redes.

A decisão também foi elogiada pelo governador de São Paulo e pré-candidato à presidência pelo PSDB, João Doria. "Parabéns ao ministro (...). Temos que proteger os brasileiros. Decisão acertada", afirmou.

Por meio de vídeo publicado nas redes sociais, Sergio Moro, ex-ministro e pré-candidato à presidência pelo Podemos, classificou a exigência feita por Barroso como "correta" e disse que é necessário reciprocidade com relação às medidas sanitárias impostas por outros países.

"Estou no aeroporto embarcando para o exterior e foi exigido de mim o comprovante de vacinação contra o vírus, além do teste negativo. Os países lá fora estão exigindo dos brasileiros essa comprovação. É reciprocidade e uma forma de proteger os brasileiros contra as novas variantes da Covid-19", afirmou.

A deputada federal e ex-aliada do governo Joice Hasselmann (PSDB-SP) classificou a decisão como "acertada".

A mesma opinião teve o líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ). "Decisão correta diante da omissão irresponsável do governo Bolsonaro, que não tem compromisso com a proteção da vida dos brasileiros", escreveu.

Pelas redes sociais, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire (PE), afirmou que "Barroso mostra ao presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) que o Brasil não é terra de ninguém" e "nem quintal de miliciano".

"Pode por sigilo de 100 anos sobre o seu comprovante de vacina, inventar farsa de ataque hacker ao ConecteSUS, mas, pra entrar aqui, vai ter de ter passaporte vacinal sim. Brasil respeita a vida", escreveu o parlamentar.

Governo não queria passaporte vacinal

Na última terça-feira (07), o governo Bolsonaro anunciou que iria impor quarentena de cinco dias e teste RT-PCR a viajantes não vacinados que quisessem entrar no Brasil. Já o comprovante de vacinação não seria exigido dos viajantes.

"Nós queremos ser, sim, o paraíso do turismo mundial (...) Essa questão da vacinação, como realcei, tem dado certo porque nós respeitamos as liberdades individuais. O presidente falou agora há pouco: 'às vezes, é melhor perder a vida do que perder a liberdade", declarou o ministro da saúde Marcelo Queiroga na terça-feira.

Em conversa recente com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, Jair Bolsonaro afirmou que "jamais" exigiria o passaporte da vacina da covid-19 para estrangeiros.

Em sua decisão, Barroso também estabeleceu exceções. Segundo o ministro, o viajante que chegar ao Brasil poderá ser dispensado de apresentar comprovante de vacinação por "motivos médicos", por razões humanitárias ou caso o país do visitante não conte com vacinas disponíveis.