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'Lula ganha muito, mas para o Alckmin não sei se será útil', diz Temer

MARCELO CHELLO/CJPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: MARCELO CHELLO/CJPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/12/2021 09h49

O ex-presidente Michel Temer (MDB) avaliou a possível aliança entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin, que anunciou a saída do PSDB ontem, após 33 anos no partido que ajudou a fundar. O agora ex-tucano é cotado para ser vice de Lula nas eleições de 2022.

"O ex-presidente Lula ganha muito [com Alckmin de vice], não tenho a menor dúvida disso", afirmou Temer, em entrevista à Rádio Bandeirantes na manhã de hoje. "Mas não sei se é bom para o Alckmin, confesso que não tenho capacidade de avaliação."

Como a aliança Lula-Alckmin ainda não está confirmada, Temer avaliou outras possibilidades para o futuro político do ex-tucano e que conflitam com a proposta de ser candidato a vice-presidente.

"Ainda não está descartada a hipótese dele [Alckmin] ser candidato ao governo em São Paulo. Para ele não sei se é muito útil [ser vice de Lula]." Ex-presidente Michel Temer

Para Temer, a eventual aproximação de Alckmin pode ajudar na campanha eleitoral do petista, à semelhança do que ocorreu quando o empresário José Alencar foi escolhido para ser o vice de Lula, nas eleições de 2002, apesar de resistência interna do PT à época, Alencar era um nome que agradava o mercado.

"Quando ele [Lula] foi buscar o empresário José Alencar ajudou muito na chapa, porque amenizou a própria campanha. Acho que o Geraldo Alckmin também, de alguma maneira, amenizará as eventuais críticas que venham a ser feitas ao candidato", analisou o ex-vice de Dilma Rousseff (PT).

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha, a aliança entre Lula e Alckmin para a formação de uma chapa única em 2022 deve ser oficializada apenas no próximo ano.

"Não sei se será fácil ele [Alckmin] chegar na vice-presidência da República por meio do Lula, pelo menos na pesquisa de hoje seria. Talvez ele tenha feito uma avaliação e tenha dito 'bom, como eu não tenho aqui o apoio daquilo que se costuma chamar máquina governamental, é melhor eu sair por essa via que talvez seja mais confortável'", ponderou Temer.