Mourão diz não saber se será vice de Bolsonaro em 22: Nunca perguntei a ele
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse ainda não saber se será o candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PL) para as eleições de 2022.
"Algumas vezes ele já deu uma sinalização que gostaria de outra pessoa, mas até hoje ele nunca chegou no meu olho e disse que seria outra pessoa", contou Mourão, durante o "Em Foco com Andréia Sadi" de hoje, na GloboNews.
"Eu nunca perguntei, quem pergunta, quer resposta", brincou o vice-presidente.
Mourão disse que a campanha para reeleição "não vai ser simples" e que Bolsonaro tem liberdade para escolher quem ele quiser para ser seu vice.
Ele declarou acreditar que será uma campanha bem diferente da que elegeu o atual presidente e comentou a aproximação de Bolsonaro com o chamado "centrão".
São dois momentos distintos da história do Brasil. O presidente em 2018 era uma novidade, um momento em que o país vinha sendo passado a limpo pelas irregularidades dos governos anteriores. Eu acho que nenhum presidente da República escapa de ter que compor com as formas centrais do Congresso. O centrão tem expressão, e é necessário que você faça uma composição com esses partidos. Mas acho que é mais simples e mais fácil fazer isso logo no início do governo, inclusive com a distribuição de cargos, não vejo problemas. Agora se houver irregularidade, vai pro salto".
Mourão afirmou também não pensar muito em seu destino para 2022: "A tendência é o Senado, mas em política a gente nunca pode falar nunca".
Impeachment?
O vice-presidente rechaçou os comentários de que ele seria um dos conspiratórios para um possível impeachment de Jair Bolsonaro.
O presidente sabe que da minha parte jamais houve planejamento algum, por isso que ele bota a cabeça no travesseiro todas as noites e dorme tranquilamente. Ele sabe da forma que eu me comporto, como eu vivi a minha vida. Há muito tempo ele desistiu de pensar que aqui tem alguém que pode tomar o lugar dele." Hamilton Mourão
Decepções com o governo?
"Não falo em decepções. Falo em objetivos que nós tínhamos e não conseguimos atingir", disse Mourão, explicando na sequência que se referia a reformas administrativas e uma "desburocratização" do governo.
Mourão negou que houvesse qualquer tipo de estelionato eleitoral. "O governo não está envolvido em caso de corrupção. Essa questão está muito ligada hoje no Judiciário. No momento em que eles anularam uma série de condenações estabelecidas na Lava Jato, isso gerou um certo rumor, uma comoção, mas isso não está ligado ao poder executivo", declarou.
Questionado se referia-se a anulações das condenações ligadas ao ex-presidente Lula, Mourão foi direto:
Não só a dele, como outras que estão ocorrendo. Depois de X anos, eles vêm, ah isso não tinha que ser julgado em Curitiba, tinha que ser em Brasília. Uma questão que impacto muito nas pessoas que acreditavam que o país estava sendo passado a limpo".
Mourão também falou sobre os inquéritos de rachadinha envolvendo o filho de Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro. "A questão do Flávio ainda está em andamento, é um problema do nosso judiciário. Prefiro buscar entender e acho que temos que trabalhar dentro dos instrumentos que a democracia nos concede e aperfeiçoar o judiciário a ser mais objetivo e mais célere e não termine por levar a prescrição de crimes.
Sérgio Moro e terceira via?
O vice-presidente falou ainda sobre a candidatura de Sérgio Moro (Podemos) à presidência em 2022. Mourão deixou claro que recebeu o "aviso" de Moro que se candidataria por uma mensagem de WhatsApp.
Mourão disse ter desejado boa sorte ao ex-ministro e acreditar que ele aparecerá bem nas primeiras pesquisas.
E o que eu falei pra ela foi a mesma coisa que eu falei pra você aqui agora. Que eu achava que ele teria um início muito bom, em cima desse grupo aí que se sente, vamos dizer assim, um tanto quanto desamparado, mas que ele teria que fazer um trabalho bem grande pra poder conquistar aquele Brasil mais profundo. Hamilton Mourão
Mourão reforçou ainda que não acredita que Moro tire Bolsonaro do segundo turno.
"A tendência não é essa. Ele conquistou uma parcela do eleitorado, talvez até aquele que não ficou satisfeito com a gente, mas ele precisa avançar em cima da massa. Vai ter que fazer um trabalho de base bem grande pra que ele ganhe corpo".
A respeito de um possível apoio a candidatura de Moro, Mourão afirmou que acredita que isso não será necessário de se discutir.
"Só se o presidente Bolsonaro não fosse pro segundo turno, ai nós teríamos que nos reorganizar, mas hoje eu acho praticamente impossível que o presidente não esteja no segundo turno. Acho que o presidente ele vai ser extremamente competitivo nessa eleição", declarou.
Mourão afirmou ainda que não foi sondado por Moro para nada.
Lula?
O vice-presidente falou ainda sobre a volta de Lula a disputa política.
Acho um retrocesso. Ele já foi presidente por 8 anos, é um político que está no último quarto que a gente tem direito a permanecer, já passou por alguns traumas, como a prisão. Acho que ele está em outro momento da vida. E o PT não ter conseguido ainda despertar uma liderança capaz de arregimentar bandeiras, é um retrocesso".
Mourão declarou, ainda, que não acredita em risco de ruptura institucional caso Lula vença as eleições de 2022.
"Ele (Bolsonaro) pode ter um discurso considerado agressivo, mas os atos do presidente jamais vão na linha das palavras. Ele acredita no sistema democrático. Perdeu a eleição, perdeu a eleição, vida que segue".
Passaporte da vacina
"Em vários países que você vai ter que viajar, exigem comprovação da vacinação de febre amarela. É algo que é discutido em todo o país. É uma discussão bizantina", declarou o vice-presidente.
"Tem que ter alguma medida de controle. Nesse problema sanitário, se tem gente que vem vindo de área endêmica. Ou ele me apresenta o cartão de vacinação ou o exame de PCR", finalizou.
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