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Senador tenta apoio para Moro e atrapalha união entre Cidadania e PSDB

13.mai.2021 - O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) - Pedro França/Agência Senado
13.mai.2021 - O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) Imagem: Pedro França/Agência Senado

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

22/12/2021 04h00Atualizada em 22/12/2021 10h14

O senador Alessandro Vieira tenta o apoio do Cidadania, partido ao qual é filiado pelo Sergipe, para a candidatura à Presidência do ex-juiz Sergio Moro, do Podemos. A iniciativa põe em risco um plano de criar uma federação partidária com o PSDB, foco principal do presidente da legenda, Roberto Freire.

As federações partidárias, criadas por lei em setembro, permitem a união entre partidos políticos e devem durar pelo menos os quatro anos do mandato. Se alguma sigla deixar a essa espécie de coligação antes do prazo, sofre punições, tais como a proibição de utilização dos recursos do Fundo Partidário.

O prazo para obter o registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é de seis meses antes das eleições, ou seja, em abril de 2022.

A articulação pela federação interessa aos tucanos. Por isso, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência, se reuniu com o parlamentar no dia 15 no Senado, em uma conversa de última hora, para tentar conter a ameaça à medida.

O encontro contou com a presença do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e do coordenador político da campanha de Doria, Antônio Imbassahy.

A pressão de Vieira decorre de uma aliança regional do senador, já que, em julho, a ex-delegada Danielle Garcia se filiou ao Podemos.

Contra o impasse, membros do Cidadania já avaliam convencer Vieira a não disputar a Presidência e concorrer ao governo do Sergipe, o que o deixaria livre para fazer alianças no estado. Por outro lado, também diminuiriam o alcance das críticas ao novo acordo com os tucanos.

Em conversa com a reportagem, o senador Alessandro Vieira informou que possui "excelente relação pessoal com Moro e Renata Abreu (presidente nacional do Podemos)", mas enfatizou que "não existe negociação" entre o Cidadania e o Podemos. "As composições estaduais não têm nenhuma vinculação com o cenário nacional", afirmou.

Procurados, Imbassahy e Freire não responderam aos questionamentos da reportagem. Já a assessoria de Doria se limitou a afirmar que o encontro foi fechado.