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Líder do governo na Câmara diz que reformas não devem ser votadas em 2022

Deputado Ricardo Barros - Agência Senado
Deputado Ricardo Barros Imagem: Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

22/12/2021 10h55Atualizada em 22/12/2021 11h16

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, afirmou que não vê possibilidade de o Congresso Nacional votar as reformas no ano eleitoral de 2022. As declarações foram dadas ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

O parlamentar afirmou que as reformas administrativa e tributária são "importantes" para o Brasil e declarou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi afetado pela pandemia do coronavírus, que restringiu o trabalho do Congresso Nacional e impediu o avanço de articulações para votar essas pautas.

"Não vejo nenhuma possibilidade de votação em ano eleitoral porque os partidos se posicionam no ano eleitoral no interesse dos seus candidatos, das suas candidaturas."

Como exemplo, o deputado citou a mudança de votos a favor da PEC dos Precatórios após, segundo ele, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) pedirem a alteração dos votos dos colegas de sigla no segundo turno da votação.

"No primeiro turno da PEC dos Precatórios tivemos 25 votos a favor de deputados da oposição, porque eles entenderam a lógica do processo, que é interesse do país garantir o Auxílio Brasil. No segundo turno, por ordem de Sergio Moro e Ciro Gomes, eles votaram contra, porque atrapalhava o projeto eleitoral deles. Então, deixa os pobres para lá e vamos olhar a eleição. É isso que vai nortear os partidos em 2022. Portanto, não há ambiente para reformas", disparou Barros.

Eleições

O deputado criticou a chamada "terceira via" que visa disputar o Palácio do Planalto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro.

Para Barros, membros da terceira via mostram união apenas quando o nome deles são cotados para serem candidatos.

"A terceira via tem excelentes opções, várias candidaturas, todos eles querem a união da terceira via, desde que seja ele o candidato. Se for para ser outro candidato, aí a união já não interessa mais. Aí 'tem compromisso com o partido', 'preciso manter a candidatura', esse sempre foi o posicionamento e a conversa. Doria e Moro já disseram que não vão estar juntos, o Ciro Gomes disse também que a candidatura dele é irreversível e assim virão todos os outros."

Barros ainda disse acreditar que Lula e Bolsonaro irão se enfrentar nas eleições de 2022 e, na sua visão, Bolsonaro já é o "favorito" para ganhar a disputa.

"Com a divisão da terceira via em várias possibilidades, nenhuma delas terá espaço político para alcançar Lula e Bolsonaro na intenção de voto. É isso que eu penso e no segundo turno, Bolsonaro é o franco favorito", finalizou.