Deputado da BA critica férias de Bolsonaro: 'Suspendemos nosso recesso'
O deputado federal Marcelo Nilo (PSB-BA) considera que a Bahia vive "a maior tragédia da história" e fez críticas à postura adotada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação às chuvas que assolam o estado. Em entrevista ao UOL News, programa diário transmitido pelo UOL, o parlamentar disse ter interrompido o próprio recesso para auxiliar a região e observou que caberá ao eleitor julgar os atos do presidente.
"Acho que o baiano vai julgar esse ato do presidente Bolsonaro. O homem público é julgado pelos seus atos, então enquanto os irmãos baianos estão morrendo, 358 feridos, alguns inclusive gravemente (...) o presidente eleito pelo povo tem que tomar as suas decisões. Se ele acha que é mais importante andar de jet ski de férias... Está aí o caso dos deputados, todos nós estamos de férias", disse ele.
As chuvas provocaram ao menos 21 mortes, e deixaram 358 feridos e 77 mil desabrigados no estado. Mesmo diante da tragédia, Bolsonaro optou por tirar férias em Santa Catarina e delegou a ministros que visitassem a Bahia.
"Enquanto o povo está sofrendo, o presidente está andando de jet ski", observou Nilo, que criticou o fato de Bolsonaro não ter priorizado a ida ao estado e terceirizado as visitas à região afetada: "O cidadão está magoado com a atitude do presidente da República. Mandar ministro? Quem pode falar com Deus não quer falar com santo".
Nós, parlamentares, suspendemos o nosso recesso. Os deputados também estão em recesso, mas mesmo em recesso estamos visitando as bases políticas."
Marcelo Nilo, deputado federal pelo PSB da Bahia
Auxílio financeiro é 'paliativo'
O deputado também declarou que a ajuda do governo federal à Bahia tem sido "muito frágil" e afirmou que a ajuda de R$ 200 milhões prometida por Bolsonaro não é o suficiente.
"Dá apenas para o início, para salvar vidas. A segunda etapa é a reconstrução das casas que foram atingidas, tem os comerciantes, as pessoas que moram na zona rural, é um momento não só de solidariedade, mas também de ações."
Nilo fez coro ao que disse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na tarde de ontem, e classificou o valor de R$ 200 milhões como "um paliativo".
"Acho que, nesse momento, os R$ 200 milhões são apenas um paliativo. No mínimo, num estudo ainda superficial, precisaríamos de R$ 1 bilhão e meio para reconstruir as cidades atingidas pelas enchentes", afirmou.
De acordo com o último balanço da Defesa Civil baiana, divulgado ontem, 470 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas em 136 cidades; os municípios, que representam cerca de 30% do estado, declararam situação de emergência.
Criticado pela ausência, Bolsonaro publicou pela manhã, nas redes sociais, um vídeo de 11 segundos que mostra uma entrega de suprimentos. "Continuamos na Bahia", diz a legenda.
No Twitter, a hashtag "BolsonaroVagabundo" foi uma das mais compartilhadas de hoje.
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