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'Quem vai na posse do presidente do Chile? Eu não irei', diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais - Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais Imagem: Reprodução

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

12/01/2022 11h20

O presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou hoje que não pretende ir ao cerimonial de posse do novo presidente do Chile, Gabriel Boric, líder de uma coalizão de esquerda que derrotou nas urnas o candidato da extrema-direita, José Antonio Kast, em dezembro. A solenidade está prevista para ocorrer em 11 de março.

Quem é que vai na posse do presidente do Chile... Eu não irei. Vê quem vai.
Jair Bolsonaro

O triunfo de Boric, um ex-líder estudantil, representa o retorno da esquerda ao poder em mais um país sul-americano, movimento que já havia sido observado em 2019, quando Alberto Fernández venceu Mauricio Macri (aliado de Bolsonaro) na Argentina. O resultado do pleito marcou a retomada do kirchnerismo à frente da Casa Rosada.

Bolsonaro, que representa a ala conservadora no Brasil, deve confirmar a candidatura à reeleição em 2022 e enfrentar nas urnas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta formar uma coalizão de esquerda na tentativa de voltar ao cargo que ocupou entre 2003 e 2010.

Em entrevista hoje ao canal Gazeta Brasil, de São Paulo, Bolsonaro voltou a alfinetar o adversário e o associou ao esquema de corrupção na Petrobras. Também relacionou o petismo à defesa do governo de Nicolás Maduro na Venezuela e criticou a esquerda em geral.

Ao comentar que não compareceria à posse de Boric, Bolsonaro aproveitou para ironizar o jantar do qual participaram Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido), cotado para ser vice do ex-presidente na eleição deste ano.

"É igual àquele jantar em São Paulo, né, o jantar da democracia em São Paulo patrocinado por Lula e Alckmin... Olha aquelas pessoas que tiveram presentes. Parecia que era um saidão de cadeia."

Alckmin é ex-adversário de Lula e, após décadas de filiação ao PSDB, deixou a sigla tucana para respirar novos ares na política. A tentativa de aliança com Lula é tida como possível símbolo de um aceno do petista aos movimentos de centro e centro-direita, em busca de votos fora do campo da esquerda.