MPF arquiva investigação de suposto favorecimento concedido por Michelle
A Procuradoria da República do Distrito Federal optou por arquivar hoje o processo que investigava se a primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, usou sua influência para conseguir empréstimos da Caixa Federal de forma facilitada para amigos.
Em manifestação ao MPF, o banco enviou um ofício negando que tenha existido favorecimento de pessoas próximas à família do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A denúncia foi feita em 2021 por uma reportagem da revista "Crusoé" e implicava tanto Michelle quanto o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, já que a primeira-dama supostamente tratou do tema pessoalmente com ele. O abuso de influência teria acontecido, segundo a reportagem, durante a pandemia da covid-19.
Em outubro de 2021, a Procuradoria da República do DF confirmou que a investigação correria por lá. O MPF, no entanto, explicou que o tema seria apurado dentro do inquérito que já analisava as irregularidades na Caixa.
Um e-mail divulgado pela revista mostrou uma assessora da primeira-dama avisando sobre o envio de "documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado créditos a juros baixos". A mensagem ainda fez referência a uma conversa telefônica entre Michelle e Pedro Guimarães sobre o assunto.
A "Crusoé" disse que a Caixa abriu uma apuração interna depois que o sistema de controle detectou um "fato estranho". A auditoria, ao analisar processos de concessão de empréstimo, identificou a sigla PEP (acrônimo para 'pessoa exposta politicamente") e chegou a uma lista de indicações feitas pela primeira-dama, que incluía pessoas próximas a ela como a dona de uma rede de confeitarias de Brasília.
Segundo a revista, os integrantes da lista aprovados foram enquadrados no Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) e não há indícios de que os valores liberados extrapolassem os limites previstos pela lei.
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