Sakamoto: Moro busca polarizar com Lula, mas intenções de voto não melhoram
Do UOL, em São Paulo
27/01/2022 14h03Atualizada em 27/01/2022 14h07
Na avaliação de Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), pré-candidato a presidente nas eleições de 2022, tentou, nos últimos dias, "polarizar" com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não obteve o sucesso desejado.
"Imaginava-se que ele (Moro) poderia ter mais votos, que melhoraria [nas pesquisas]. Mas a situação, para Moro, não é das melhores", avaliou Leonardo Sakamoto ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL.
Desde o início da semana passada, Moro já:
- disse que a pré-candidatura dele causava medo em algumas pessoas por causa da possibilidade de ele romper com a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL);
- criticou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que o considerou parcial ao julgar e condenar Lula, chamando-a de "erro judiciário";
- rebateu Lula, que o chamou de "canalha", dizendo que "canalha é quem roubou o povo brasileiro durante anos" e afirmando que o petista "será derrotado";
- defendeu que Lula deveria estar até hoje cumprindo pena por corrupção e que não existe motivo para a anulação de condenações do petista;
- e provocou Lula, dizendo que o ex-presidente "arregou" ao orientar que o PT não investisse em uma CPI para apurar a atuação dele na consultoria norte-americana Alvarez & Marsal.
Pesquisa de intenção de voto para a eleição deste ano divulgada hoje pelo Ipespe mostra Lula liderando a disputa, com 44%, e sendo seguido por Bolsonaro, com 24%. Moro aparece em terceiro lugar, empatado com Ciro Gomes (PDT), ambos com 8%.
Na última pesquisa divulgada pelo Ipespe, em dezembro de 2021, Moro apresentava 9% das intenções de voto — ou seja: o ex-juiz caiu um ponto percentual, dentro da margem de erro, que é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Na avaliação de Sakamoto, a estagnação de Moro deve acender um alerta na pré-candidatura do ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro. "Se ele não partir com mais de 8% na largada (da campanha), é uma possibilidade ele rever a candidatura", avaliou.