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Quem aprova alguma coisa sem centrão para ajudar?, questiona Bolsonaro

Bolsonaro voltou a defender sua relação com o centrão: "Querem que vá procurar a "esquerdalha"?" - Reprodução/YouTube
Bolsonaro voltou a defender sua relação com o centrão: "Querem que vá procurar a 'esquerdalha'?" Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

31/01/2022 15h45Atualizada em 31/01/2022 18h49

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender hoje os partidos do centrão, repetindo que ele mesmo já fez (e agora faz novamente) parte do bloco e dizendo precisar desses parlamentares para aprovar projetos no Congresso Nacional. Bolsonaro também atacou o PT e, mais especificamente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu possível adversário nas eleições de outubro.

"Olha o nosso ministro Ciro Nogueira [Casa Civil], da articulação política. Alguns falam: 'Ah, do partido do centro'. Eu já fui do partido dele [PP]. Quem é que consegue aprovar alguma coisa sem ter partido do centro para nos ajudar? Querem que vá procurar a 'esquerdalha', que só sabe o que é a corrupção?", questionou Bolsonaro durante lançamento da Usina Termelétrica Gás Natural Açu II, em São João da Barra (RJ).

Estamos no caminho certo, ninguém faz nada sozinho. A maioria do Parlamento hoje tem votado conosco, ao lado dos interesses do seu povo. Assim sendo, nós vamos melhorando o Brasil.
Jair Bolsonaro, em discurso

O presidente ainda criticou a gestão da Petrobras em governos anteriores, mas sem citar os nomes de Lula ou Dilma Rousseff (PT). Ao se referir ao ex-presidente, porém, Bolsonaro o definiu apenas como "o cara" que chegou ao poder em 2003 e levantou nove dedos das mãos para cima.

"Agora há pouco estava em Itaboraí [RJ], em um evento onde se fizeram presentes o presidente e vários diretores da Petrobras. Foi feito um breve relato do que aconteceu de 2003, quando aquele cara subiu ao governo, e 2015. A gente fica até constrangido de falar números perto de pessoas de fora do Brasil, mas eles sabem da realidade", afirmou. "Que voracidade tinha esse pessoal do PT em meter a mão."

Defesa reiterada

Não é a primeira vez que Bolsonaro defende o centrão. Em novembro do ano passado, antes mesmo de se filiar ao PL, o presidente já havia minimizado as críticas à relação do governo federal com parlamentares do bloco, novamente argumentando que ele mesmo, quando deputado federal, pertencia ao centrão.

"Quem podia imaginar ser presidente? Nem imaginava ser deputado federal, fui por 28 anos no PP do [deputado federal] Ricardo Barros. Muita gente fala: 'Ah, o centrão'... Votaram num cara do centrão. Tenho que conversar com o PP, com o PL... Não posso conversar com o PSOL", declarou, durante evento em Ponta Grossa (PR).

Recentemente, a aliança com o centrão foi motivo de críticas por parte de ex-integrantes do governo, como os ex-ministros Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Para Weintraub, os conservadores foram "substituídos por essa turma"; já o ex-chanceler acredita que o bloco "começou a dominar e pautar o governo".

Uma das frentes que a gente está sofrendo grandes ataques, os conservadores, é justamente da turma do centrão. (...) [É] Um grande obstáculo pelo qual nós, conservadores, estamos passando, sendo atacados continuamente e substituídos por essa turma do centrão que você citou.
Abraham Weintraub, em live de 17/01/2022