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Weintraub ataca governo Bolsonaro: Fomos substituídos por turma do centrão

Do UOL, em São Paulo

18/01/2022 11h58Atualizada em 18/01/2022 22h29

Os ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) fizeram críticas ontem, durante uma live, à aliança do presidente com os partidos do centrão.

Para o ex-titular da Educação, os conservadores foram "substituídos por essa turma [do centrão]". O ex-chanceler, por sua vez, disse que o bloco político "começou a dominar o governo e pautar o governo".

As críticas ao centrão começaram quando o líder religioso Silas Malafaia disse que os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações) não fizeram esforço para aprovar a indicação do nome de André Mendonça para STF (Supremo Tribunal Federal). A indicação demorou quatro meses e meio para ser analisada pelo Senado.

"Uma das frentes que a gente está sofrendo grandes ataques, os conservadores, é justamente da turma do centrão", disse Weintraub. "[É] um grande obstáculo que nós conservadores estamos passando, sendo atacados continuamente, e substituídos por essa turma do centrão que você citou", emendou o ex-ministro.

As declarações dos antigos integrantes do governo aconteceram durante uma live do "ConservaTalk", programa no YouTube do qual os dois fazem parte, ao lado do também ex-ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) e de outras personalidades do campo da direita.

O ex-chanceler reforçou as críticas do colega que comandava a pasta da Educação. Araújo foi demitido em março do ano passado por pressão do Congresso.

"E o que aconteceu quando o centrão começou a dominar o governo e pautar o governo? Fui cada vez mais isolado e tirado da capacidade de levar adiante essa política externa transformadora. Esse centrão que veio aí é um centrão que acha que a política externa é fazer tudo o que a China quer", disse.

Apesar das críticas, Salles, Malafaia e o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) afirmaram que a era necessário manter o grupo próximo ao governo.

"Essa história do centrão também não pode virar um cavalo de batalha. Por quê? Porque a política é feita de alianças. A política é feita de união", afirmou o ex-chefe do Meio Ambiente.

Moro diz que o centrão "dá as cartas" no governo

O ex-juiz Sergio Moro, que comandou a pasta da Justiça e Segurança Pública, foi ao Twitter dizer que o centrão "dá as cartas" na gestão do presidente.

"O centrão dá as cartas no governo Bolsonaro, como deu nos governos PT. Ajustam-se os interesses, o discurso e pronto", escreveu o ex-ministro.

O comentário foi feito por Moro ao mencionar a vitória do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na indicação do economista José Gomes da Costa como presidente interino do Banco do Nordeste (BNB).

Moro é pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos e aparece em terceiro lugar nas pesquisas de opinião, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Bolsonaro.