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PSDB e MDB estudam se unir em federação, mas ideia já encontra resistências

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a senadora Simone Tebet (MDB) e o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi - Divulgação
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a senadora Simone Tebet (MDB) e o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi Imagem: Divulgação

Luciana Amaral e Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

02/02/2022 17h23Atualizada em 02/02/2022 17h23

O PSDB e o MDB estudam se unir em uma federação visando as eleições de outubro deste ano. No entanto, a ideia já encontra resistências por parte de alguns caciques políticos, apurou o UOL.

A federação é um instrumento que permitirá às legendas se unirem não apenas na disputa eleitoral, mas funcionarem na prática como um só partido pelos próximos quatro anos.

"Iniciamos conversas com o MDB sobre a possibilidade de formarmos em federação uma poderosa força política entre partidos que tem relevante história na vida pública do país. Nesse momento vou me dedicar a ouvir internamente o conjunto de nossas lideranças. Há um caminho a ser percorrido, mas o momento que passa o país exige de nós essa tentativa", escreveu também no Twitter o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

Tanto o PSDB quanto o MDB são considerados pertencentes ao mesmo campo político de centro-direita e, nas pesquisas de intenção de voto à Presidência da República, têm ficado para trás na polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ideia é ter mais força como uma terceira via em alternativa aos citados acima e ter mais força no Congresso Nacional, onde cada partido têm cerca de 33 deputados federais. No Senado, o MDB é mais forte com 16 parlamentares contra 6 do PSDB.

Os dois partidos contam com políticos cotados como pré-candidatos à Presidência da República. Por parte do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria. Pelo MDB, a senadora Simone Tebet, de Mato Grosso do Sul. Dessa forma, se os partidos se unirem numa federação, alguém terá de aceitar ser candidato a vice.

As negociações para a federação ainda estão em curso, mas resistências à ideia já estão postas, em especial no MDB.

Isso porque parte do partido tende a apoiar a candidatura de Lula à Presidência da República, caso a de Simone Tebet não decole, apurou a reportagem. Nos bastidores do MDB há quem fale do apoio a Lula como certo. A divergência seria apenas em relação ao momento em que o partido declararia apoio ao petista.

Uma das alas da legenda, sob influência do senador Renan Calheiros (AL) e de José Sarney (MA), defende que se declare apoio a Lula ainda no primeiro turno.

Já o grupo ligado a Michel Temer (SP) defende um maior investimento na candidatura de Simone Tebet, inclusive com o intuito de aumentar o potencial de negociação da legenda para o segundo turno do pleito, se ela ficar no primeiro ou nem oficializar seu nome na disputa.

Ainda, o MDB tenta uma federação com o Cidadania, mas este, sob a presidência de Roberto Freire, também já negocia uma união com o PSDB e com o Podemos.