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Doria atropela negociações por 'congelamento' em pesquisas, diz senador

Colaboração para o UOL*

03/02/2022 09h02Atualizada em 03/02/2022 10h00

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse, em entrevista ao UOL News hoje, que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), "atropela" as negociações sobre uma federação entre os dois partidos para tentar acabar com seu "congelamento" nas pesquisas de intenção de voto à Presidência. Os dois são pré-candidatos ao cargo.

"João Doria faz uma excelente gestão em São Paulo, mas tem característica de atropelo. É preciso entender que a política exige tempo de diálogo, é preciso garantia total que o trabalho seja feito. Não dá para pensar imediatamente em 2022", afirmou.

Vieira se refere à manifestação de Doria, pelas redes sociais, comemorando uma federação entre o PSDB e Cidadania, o que ainda não aconteceu. "Meus cumprimentos aos presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, pela ótima decisão de criar uma federação entre nossos partidos. Juntos seremos mais fortes e lutaremos pelo Brasil e os brasileiros."

"João Doria, na ansiedade de sair da situação que ele está de congelamento nas pesquisas, tentou antecipar esse fato", completou o senador.

O senador acredita que em meados de abril o cenário deve estar mais definido. "Minha pré-candidatura não recebeu um real de recurso para deslocamento e não tem suporte completo do presidente, da mesma forma a Simone Tebet (MDB). Essas barreiras vão ser superadas na próxima semana. A imprensa e a sociedade começarão a receber as pré-candidaturas com mais credibilidade"

"Racha" no Cidadania

A executiva nacional do Cidadania se reuniu ontem para votar se indicaria a formação de federação com PSDB, Podemos ou PDT - os três partidos oficializaram propostas à sigla - e terminou o encontro rachado após quase quatro horas de debates. Os 21 integrantes do grupo votaram cada possibilidade individualmente e nenhuma delas obteve maioria.

O resultado favorável mais próximo se deu em relação ao PSDB: 10 a favor, 10 contra e uma abstenção, do ex-senador Cristovam Buarque, que é contra formar uma federação com qualquer que seja o partido pretendente. No caso do Podemos, o placar ficou em 11 votos contrários e 8 favoráveis e do PDT, em 11 contra e 8 a favor.

Durante a reunião, foi possível identificar de forma mais clara como os integrantes do Cidadania se dividem sobre o tema. A bancada de São Paulo, mais próxima ao PSDB, e o presidente nacional, Roberto Freire, defendem a união com os tucanos, mas enfrentam resistência de outras duas alas. Puxada pelo senador e atual presidenciável do partido, Alessandro Vieira (SE), os representantes do Sergipe e do Paraná são mais propensos a apoiar a pré-candidatura do ex-juiz Sérgio Moro e, portanto, a federação com Podemos. E um terceiro grupo se aproxima do pré-candidato Ciro Gomes (PDT), liderado pela bancada do Ceará.

Ao UOL News, Vieira pediu cautela dos correligionários. "O atendimento à cláusula de barreira não necessita de desespero por federação. É possível fazer federação ou fusão depois da eleição. O que defendo é um debate transparente, em que as pessoas sejam aplamente informadas."

*Com informações do jornal O Estado de S.Paulo