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Bolsonaro me desapontou porque eu acreditava que daria certo, diz Moro

Sergio Moro - Reprodução/YouTube
Sergio Moro Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para o UOL

03/02/2022 21h08

O pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos), afirmou na noite de hoje que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) o desapontou, pois ele chegou a acreditar que daria certo. Moro foi ministro da Justiça e Segurança Pública do atual governo por um ano e quatro meses.

Durante entrevista ao canal do YouTube Dois Dedos de Teologia, o ex-juiz falou que não pode dizer que está "arrependido" de ter largado a magistratura para ser ministro, mas afirmou ter um desapontamento.

"Como milhões de brasileiros que votaram num governo que prometeu e não cumpriu. Aliás, um governo que fez o contrário do que havia prometido: ajudou a desmantelar o combate à corrupção. Ele também é o principal responsável pelo ressurgimento de Lula, e está nos entregando hoje um país estagnado economicamente", avaliou Moro, citando também o desastre no combate da pandemia de covid-19 pelo governo federal.

"[Estou] desapontado, mas não arrependido, porque acreditava que tinha chance de dar certo. O que tivemos na Lava Jato foi algo inédito e não temos mais. Hoje temos um completo abandono do combate à corrupção no país", acrescentou.

Segundo o ex-juiz, ele concordou em chefiar a pasta porque acreditava que poderia consolidar o combate à corrupção em Brasília, mas saiu porque tinha sido "enganado".

"Mas quando eu percebi que, como mais de 50 milhões de brasileiros, eu tinha sido enganado, eu saí. Eu sempre fui fiel, do primeiro dia que entrei ao último dia que sai. Sempre fui fiel com aquilo que defendi. [...] Não consigo aceitar o Brasil com Lula e Bolsonaro. Acho que isso é uma tragédia."

Moro afirmou ainda não querer aceitar "essa falta do crescimento econômico, as pessoas passando fome e dificuldades, e um país dos privilégios, inclusive de impunidade da classe política".

Eleições 2022

Pré-candidato à Presidência da República, Moro contou que tem sido um "desafio" ser político, mas admitiu estar vivendo uma "jornada de crescimento pessoal".

"É um desafio, mas me considero também um instrumento de um projeto para o país, que é um projeto diferente. [...] Tem sido uma experiência muito interessante. Tenho viajado pelo país, e é bom conversar com as pessoas, ouvir o que elas têm a dizer, e isso acaba sendo também uma jornada de crescimento pessoal."